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Câmeras da PM: Secretário de Segurança de SP recua e nega fim de programa

Reavaliação do programa, que diminuiu em 57% a letalidade policial, foi bandeira do governador Tarcísio de Freitas na campanha e era endossada por Derrite, gerando polêmica

Por Giovanna Castro
Atualização:

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, recuou em relação ao seu discurso sobre o programa de câmeras portáteis em uniformes de policiais militares do Estado, o “Olho Vivo”. Antes de assumir o cargo, ele se posicionou diversas vezes, inclusive em seu canal no YouTube, contra o uso dos equipamentos de filmagens em tempo integral - como é utilizado em São Paulo -, alegando que isso “acaba com a privacidade” do policial e inibe denúncias espontâneas. Já nesta terça-feira, 10, em entrevista à Rede Globo, o secretário reconheceu a importância das câmeras, negou que colocará um fim ao programa e disse que pretende ampliá-lo com novas ferramentas de combate ao crime.

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“Não iremos acabar com o programa Olho Vivo, das câmeras. Não iremos. É o meu compromisso e do governador”, disse Derrite à Globo. A revisão do programa era uma das mais polêmicas promessas do governador eleito no ano passado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mudou seu discurso na semana passada após uma fala de Derride em um programa de rádio ter gerado polêmica.

Em entrevista à Rádio Cruzeiro, de Sorocaba, o secretário disse que pretendia rever o programa, afirmando de maneira vaga que iria “manter o que está bom e checar o que está ruim”. Logo em seguida, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo de Lula publicou uma nota em que se disse preocupado com a declaração do secretário.

“O sucesso dessa política demonstrado pela ciência faz com que ela não apenas tenha de ser reforçada e ampliada nas regiões em que é aplicada, mas também que seja estendida a todas as unidades da federação”, dizia a nota. Estudos sólidos demonstraram que o sistema melhorou a produtividade de batalhões e reduziu em 57% o total de mortes decorrentes de intervenção policial em relação à média do período anterior às câmeras, entre outras vantagens.

Pressionado a se posicionar, na quinta-feira, 5, Tarcísio se comprometeu a não mexer no programa. Na mesma linha, Derrite disse agora que a revisão será, na verdade, uma ampliação do projeto.

“Ela (a câmera) foi instalada com uma intenção de fiscalização e controle que é aceitável, tem sua funcionalidade. Nós queremos, além da fiscalização e controle, acoplar a câmera do policial ferramentas que vão combater o crime. Como por exemplo, leitura de placa de veículos roubados. Isso pode ser instalado na câmera”, disse o secretário nesta terça.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública informou que a possibilidade de implementação da nova ferramenta nas câmeras dos uniformes dos policiais está sendo estudada junto à Polícia Militar.

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