Foi no dia 7 de outubro de 1890 que O Estado de S. Paulo anunciou o nascimento: "Nesta capital foi constituída uma empresa que adquiriu terras entre São Caetano e Mooca, com o fim de estabelecer uma vila que terá o nome encima citado nesta notícia (Vila Prudente), em homenagem ao governador do Estado, dr. Prudente de Moraes". Surgia, assim, o bairro localizado na região leste de São Paulo com uma população que hoje se aproxima da marca de 100 mil habitantes.
Fundada no fim do século 19, quando a cidade colhia os frutos do auge do desenvolvimento da lavoura cafeeira e da instalação das estradas de ferro, a Vila Prudente foi criada a partir de um loteamento feito pelos irmãos italianos Bernardino, Panfílio e Emídio, da família Falchi, em parceria com o investidor Serafim Corso. A escolha do nome foi uma homenagem ao presidente da República Prudente de Morais. A primeira providência dos irmãos Falchi ao chegarem ao bairro foi instalar uma fábrica de chocolates e outra de cerâmica para produzir tijolos e telhas. Era uma aposta arriscada para aquelas terras que até então serviam para pasto e pequenas plantações. Mas o investimento logo deu frutos. Com a inauguração das fábricas, a Vila Prudente cresceu rapidamente, proporcionando emprego a imigrantes italianos, espanhóis, portugueses e lituanos. Depois, a indústria foi transferida para o Bom Retiro e o prédio foi ocupado pela Fábrica de Chapéus Ítalo-Brasileira.

Em 1912, o bonde chegou ao bairro e só foi desativado em 1961. Também chegaria ali o engenheiro Luís Inácio de Anhaia Mello, fundador da Companhia Cerâmica, que ampliaria a oferta de empregos na região. A fábrica foi responsável pela criação da primeira agremiação desportiva do bairro, a União de Vila Prudente FC, dedicada principalmente formação de clubes de futebol amador, como a Associação Atlética União de Vila Prudente e a Flor da Vila FC. Em 1923, a Vila Prudente conquistou a autonomia, deixando de pertencer ao Ipiranga. O desenvolvimento da região se concentrou principalmente entre os anos 30 e 50. No fim da década de 40, a abertura da Avenida Paes de Barros reduziu a distância entre o bairro e o centro da cidade, que passou a ser de pouco mais de 5 quilômetros. Essa mudança trouxe também problemas característicos das metrópoles, como a formação da Favela de Vila Prudente, por migrantes e trabalhadores da construção civil. A chegada do metrô e do Monotrilho Leste foi fundamental para o desenvolvimento da região, gerando novos empreendimentos e discussões sobre o que fazer com os grandes vazios deixados pela saída de fábricas, a exemplo do que aconteceu com a Fábrica Ford, hoje um shopping center.
