Suicídio de adolescentes cresce e hospitais têm pacientes cada vez mais novos. Como notar sinais?

Taxa de óbitos subiu mais de 40% no grupo de 10 a 19 anos; uso excessivo de redes sociais, distanciamento nas relações, violência e negligência intrafamiliar são fatores de risco

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Alerta: a reportagem abaixo trata de temas como suicídio e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final do texto onde buscar ajuda.

Nesta reportagem, você vai ler:

  • Informações do Ministério da Saúde e de alguns dos principais hospitais pediátricos do País sobre o aumento de suicídio de crianças e adolescentes
  • Quais são os sinais que demonstram que os adolescentes podem estar em sofrimento psíquico
  • Causas do aumento de suicídios e transtornos mentais entre crianças e adolescentes
  • Orientações de especialistas sobre como pais e cuidadores podem melhorar o vínculo com seus filhos
  • Explicações sobre por que, por razões neurológicas, devemos prestar mais atenção à saúde mental dos jovens
  • Onde buscar ajuda nos casos de sofrimento psíquico ou ideação suicida

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No segundo semestre de 2021, a equipe do Hospital Pequeno Príncipe, unidade referência em pediatria no País localizada em Curitiba, começou a notar um aumento expressivo no número de crianças e adolescentes que chegavam à emergência da unidade com um quadro, até então, raro no hospital: esses jovens pacientes, alguns ainda na infância, estavam chegando ao hospital após tentarem suicídio. Em 2022, esse cenário piorou e o volume de casos do tipo atendidos no centro médico triplicou ante 2019. Chamou a atenção dos profissionais a idade cada vez menor das vítimas: quase 70% delas tinham 14 anos ou menos.

“Passamos a ver cada vez mais precocemente uma condição mental de maior fragilidade. Nos últimos três anos, tornou-se mais frequente atendermos pré-adolescentes que tentaram suicídio”, afirma Marianne Bonilha, psicóloga do hospital. A pediatra Luci Pfeiffer, coordenadora do programa Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica), iniciativa ligada ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também observou maior frequência de casos do tipo entre os pacientes do programa que coordena. Nos últimos tempos, começou a ver tentativas de suicídio em crianças de menos de dez anos.

A comerciante Cynthia Monique da Costa foi uma das mães que viveram essa dor: perdeu a filha de 13 anos, vítima de suicídio, em maio de 2021, dentro de casa, no Rio. A família não havia observado mudança significativa de comportamento, mas, após a morte, a mãe descobriu que ela vinha verbalizando para amigos os pensamentos suicidas. “Ela não deu sinais claros para a família, mas, sim, para alguns amigos. Por isso, digo que devemos ensinar nossos filhos a identificar um amigo que esteja nessa situação porque isso faz com que possamos ajudá-lo”, diz. (leia sobre a história de Cynthia aqui).

Os casos vividos por mães como Cynthia e relatados pelas especialistas não são isolados. O número de suicídios na infância e adolescência vem crescendo nos últimos anos - com recorde em 2021. A situação preocupa o Ministério da Saúde e assusta equipes pediátricas, que relataram à reportagem receber pacientes cada vez mais jovens que tentam suicídio ou praticam autoagressão.

Dados tabulados pelo Estadão no portal Datasus, do ministério, mostram que 1.299 crianças e adolescentes (até 19 anos) tiraram a própria vida em 2021, o maior número desde 1996. Em 2022, foram 1.194 óbitos por suicídio nessa faixa etária, segundo dados preliminares divulgados pelo governo federal. É o terceiro maior número da série histórica, atrás apenas de 2021 e 2019.

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Segundo o último boletim epidemiológico do ministério divulgado em setembro do ano passado, com dados até 2021, a taxa de suicídios cresceu 49% entre adolescentes de 15 a 19 anos entre 2016 e 2021, chegando a 6,6 óbitos por 100 mil habitantes. Já entre aqueles de 10 a 14 anos, embora a taxa seja menor (1,33), a alta foi igualmente preocupante (45%).

O número total de suicídios no Brasil, independentemente de faixa etária, vem batendo recorde nos últimos anos. O ano de 2022 registrou o maior número de óbitos do tipo no País (15.609), seguido por 2021 (15.499), com as faixas etárias da adolescência (até 19 anos) e jovens adultos (20 aos 39 anos) com os maiores aumentos porcentuais no período: 40% e 42%, respectivamente.

Para especialistas ouvidos pela reportagem, não há uma única razão que explique a alta no Brasil. Mas sequelas deixadas pelo isolamento na pandemia, violência e negligência, em especial no ambiente familiar (incluindo o excesso de permissividade), o empobrecimento da relação dos jovens com pais e cuidadores e o uso excessivo da internet e das redes sociais são vistos como principais fatores associados à piora de transtornos mentais e ideação suicida entre crianças e adolescentes (leia mais abaixo sobre as causas).

Como notar sinais de problemas e melhorar o vínculo com os filhos

Para especialistas, é importante observar o comportamento das crianças e dos adolescentes para identificar precocemente sofrimento psíquico, práticas de autoagressão ou ideação suicida. Veja alguns sinais de alerta abaixo:

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  • Queda de rendimento escolar
  • Irritação e agressividade
  • Alterações de apetite e de sono
  • Introspecção e isolamento
  • Ausência de planos, sonhos e metas
  • Desesperança e falas que demonstrem sentimento de desvalor por si próprio ou falta de perspectiva
  • Autoagressão, como o cutting (cortes feitos geralmente no antebraço)
  • Falas que demonstrem desejo de morrer ou ideação suicida

É claro que alguns desses sinais podem ser comuns na adolescência e não necessariamente indicam a presença de um transtorno mental, mas observar a frequência e intensidade deles é fundamental para oferecer ajuda ao jovem.

“Se a criança ou o adolescente fala que não aguenta mais, que quer morrer, isso deve ser levado a sério”, afirma Luci, também presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Não ter metas para o futuro, mesmo que seja algo pequeno, é sinal de alerta porque, quando a pessoa chega à ideação suicida, as metas desaparecem, ela não tem perspectivas. Um dos primeiros tratamentos inclusive é criar vínculos e compromissos de curto prazo.”

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Transtornos mentais como depressão e ansiedade, que têm entre suas causas, além de fatores ambientais, também questões bioquímicas e hereditárias, aumentam o risco de suicídio. Por isso, se a criança ou o adolescente manifestar sintomas compatíveis com esses quadros, deve ser levado para avaliação médica ou psicológica e receber tratamento adequado, que geralmente inclui psicoterapia e medicações. A maioria das pessoas com esses diagnósticos não chega à ideação suicida, mas o tratamento é importante justamente para que o quadro não se agrave.

“Não podemos desconsiderar um sofrimento. Temos de acolher e não invalidar, mas também é preciso mostrar que o sofrimento é passageiro, que somos capazes de superar, que há caminhos. O suicídio pode ser prevenido, mas precisamos falar sobre ele”, afirma Angelita Wisnieski da Silva, também psicóloga do Pequeno Príncipe, onde o total de atendimentos de tentativas de suicídio de crianças e adolescentes passou de 20 em 2019 para 69 no ano passado (47 deles tinham 14 anos ou menos). Neste ano, até o início de dezembro, foram 39 casos, número menor que o de 2022, mas que representa o dobro do registrado em 2019.

Em 2021, a instituição atendeu uma menina de apenas 7 anos que havia tentado tirar a própria vida. No projeto Dedica, ligado ao HC-UFPR, a paciente mais jovem tinha somente 5 anos.

Cynthia Costa perdeu a filha de 13 anos e defende maior regulação de plataformas digitais Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Para as especialistas, diante da piora da saúde mental de crianças e adolescentes e aumento dos suicídios, os pais devem, em primeiro lugar, construir vínculos mais profundos com os filhos, deixando a porta aberta para o diálogo, sem invadir o espaço da criança ou do adolescente.

“A grande dica é conversar com o filho sobre tudo, mas não só no momento de conflito. Manter um horário que você esteja inteiro com ele, sem preocupações, sem reuniões online, uma escuta ativa e com atenção plena”, afirma Cristina Mendes Gigliotti Borsari, coordenadora de psicologia hospitalar do Hospital Infantil Sabará, que teve alta de 40% nos atendimentos de tentativas de suicídio no biênio 2021/2022 em comparação com 2019/2020.

O fenômeno fez a unidade adotar, em setembro de 2022, protocolo de prevenção de suicídio para todos os pacientes internados a partir dos dez anos, independentemente do motivo da internação. Segundo Cristina, a ideia é avaliar o paciente para dar encaminhamento conforme o risco.

Manter o diálogo aberto dentro de casa e uma participação ativa na vida das crianças e adolescentes aumentará a chance de pais e cuidadores perceberem mudanças de comportamento mais sutis, saber se a criança ou o adolescente passa por algum problema na escola ou sofre bullying, entender suas angústias e dúvidas e buscar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra, caso seja necessária uma avaliação especializada.

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“O adulto tem que abrir esse canal de comunicação desde a infância e, quando precisar ter conversas difíceis, escolher o momento certo. Se vai conversar sobre uma amizade problemática, não é logo antes de o filho sair com os amigos que ele deve impedir a saída para conversar”, diz o neurocientista Fernando Gomes, professor livre docente pela Faculdade de Medicina da USP e autor do livro Se Ninguém Fala, Ninguém Fica Sabendo, que escreveu com a filha Amanda, de 18 anos, sobre a importância da comunicação em casa.

Além de afeto e atenção, pais e cuidadores devem impor limites, inclusive no uso do celular e redes sociais. “O trabalho deve ser educativo e não autoritário, devemos conversar com as crianças e os adolescentes explicando os perigos aos quais estão expostos nas redes e fazer um acordo familiar, com regras construídas por todos. Por exemplo: refeições sem telas, respeito ao sono, parar o uso de tela cerca de uma hora antes de dormir, manter o hábito de leitura”, diz o pediatra, sanitarista e escritor Daniel Becker, que recomenda aos pais supervisão do conteúdo consumido pelos filhos na internet e adoção de aplicativos e filtros de controle nos dispositivos.

Becker, que é criador do canal Pediatria Integral BR no Instagram, ressalta que deve-se adiar ao máximo a compra de um celular e a criação de perfis em redes sociais para crianças e pré-adolescentes.

Para os que já têm idade para usar o celular (geralmente adolescentes), a orientação é criar regras para o uso. “Não dá para cortar completamente (as telas), mas você pode definir horários. Há horário de comer, de dormir. Isso não mudou porque existe a internet, e é preciso manter uma rotina saudável”, diz Luci.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que, mesmo entre adolescentes e pré-adolescentes, o tempo de tela e videogame não ultrapasse as três horas diárias e que jamais se permita que eles “virem a madrugada” jogando ou navegando. A SBP tem um manual que detalha os limites de tempo de tela para cada faixa etária e dá outras orientações.

Além disso, é sugerido que, além dos apps de controle parental que bloqueiam certos tipos de conteúdo, os pais possam olhar, com o conhecimento dos filhos, com quem o jovem está conversando, que tipo de site está consultando, histórico de busca. O importante, diz Luci, é que isso não seja feito escondido, mas como uma regra combinada entre adultos e adolescentes sob o argumento de que a prática é importante para manter a segurança do jovem.

Os especialistas ressaltam, no entanto, que não basta limitar o uso das telas se alternativas interessantes não são apresentadas às crianças e aos adolescentes. “Não adianta tirar as telas e não dar opções de atividades. Convidem os filhos a conhecerem suas experiências. Você pode não entender de TikTok, mas pode apresentar um jogo de tabuleiro. A criança não vai sair dos jogos virtuais e brincar de outra coisa sozinha. Se os pais brincarem e participarem, ela se interessa mais”, complementa Angelita.

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Relações distantes e excesso de redes sociais são fatores de risco

Apontado como uma das razões para a piora da saúde mental nos últimos anos, o isolamento imposto pela pandemia agravou a situação porque manteve as crianças fora da escola, impedindo que desenvolvessem habilidades sociais e aprendessem a lidar com conflitos e diferenças. Embora as atividades escolares tenham sido retomadas, dois anos de isolamento criaram uma geração que tem mais dificuldades de enfrentar frustrações, dizem os especialistas. A reclusão também aumentou a exposição à violência em lares nos quais isso já acontecia.

Violência ou negligência familiar podem deixar marcas psíquicas nos pequenos tanto em ambientes com educação autoritária e abusiva, inclusive com castigos físicos, quanto em situações opostas, de excessiva permissividade, na qual adultos não impõem limites ou não estão presentes no dia a dia das crianças.

“Violências intrafamiliares nem sempre são tão claras e evidentes. Temos as mais óbvias, como a violência física e sexual, mas há os vários tipos de violência psíquica. Pode vir da alta exigência dos pais, da sensação da criança de não ser o filho esperado ou do inverso, da excessiva permissividade dos pais”, diz Luci.

Para especialistas, se o autoritarismo dá lugar ao outro extremo, da falta de limites, a criança pode se sentir desamparada ou ter dificuldades para desenvolver a resiliência. “Se a criança cresce sem lutar por nada, não tem instrumento psíquico para lidar com isso depois, quando aparecerem desafios e frustrações que todos passamos na vida”, afirma a pediatra.

Especialistas dizem observar nos consultórios mais casos de empobrecimento das relações intrafamiliares, com vínculo frágil entre pais e filhos. Marianne, do Hospital Pequeno Príncipe, diz perceber que a deterioração da saúde mental de crianças e adolescentes muitas vezes reproduz o que é vivido por pais e cuidadores. “Os adolescentes chegam com relatos de solidão, falta de amor. Tem a ver com distanciamento, falta de diálogo”, diz.

Não se trata de culpar os pais por eventuais problemas psíquicos das crianças, mas orientá-los sobre os impactos de modos de vida cada vez mais comuns. “Temos uma vida moderna com desconexão brutal entre pais e filhos”, afirma Becker. “Esse empobrecimento de vínculo – pela falta de tempo, presença de celular, trabalho excessivo e vida estressante nas grandes cidades – também tira um pouco da saúde mental das crianças. A conexão com os cuidadores primários é essencial no seu desenvolvimento”, diz ele.

O uso excessivo de redes sociais, dizem especialistas, pode potencializar os sentimentos de desamparo e frustração dos jovens quando os afastam de interações no mundo offline ou apresentam modelos inatingíveis de beleza, sucesso e felicidade, com uma busca obrigatória por aprovação ou ‘likes’.

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“Eles veem a vida perfeita, com a cultura da riqueza, magreza, consumo. Se para um adulto já é difícil lidar com isso, imagina para o adolescente, que não tem todas as habilidades psíquicas desenvolvidas e ainda está em fase de comparação com os pares”, afirma Silvana Palmeiro Marcantônio, supervisora da residência de pediatria do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. Lá, os atendimentos psiquiátricos de menores de 18 anos passaram de 28 casos em 2019 para 61 no ano passado.

O uso exagerado da internet pode ainda reduzir o vínculo com parentes e amigos “na vida real” e levar a comunidades online que estimulam práticas autodestrutivas, como as que ocorrem em páginas que incentivam a automutilação.

“Vemos nesses pacientes uma espécie de culto ao estado depressivo compartilhado por vários jovens. Pais e professores precisam estar atentos a esses sinais, mostrar que há variadas formas de viver, que há possibilidades”, afirma Angelita.

Ela ressalta que, com o uso excessivo de telas desde os primeiros anos de vida, as crianças também passam a ter acesso de forma facilitada a vídeos com métodos de autoagressão que antes não estavam facilmente disponíveis, o que pode aumentar o risco de suicídio entre aqueles com transtornos mentais.

Área das emoções no cérebro só conclui desenvolvimento após os 20 anos

Todos esses fatores, que já seriam capazes de provocar danos a um adulto, são ainda mais críticos para os mais novos. “O córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pela tomada de decisão e regulação de emoções e ações, ainda não está completamente desenvolvido. Isso só acontece no começo dos 20 anos. Para o adolescente, tudo é mais intenso, os comportamentos são mais impulsivos”, diz Fernando Gomes.

Por isso, questões que talvez um adulto não considere um grande problema podem causar intenso sofrimento emocional para o adolescente e até ser gatilho para pensamentos suicidas.

No boletim epidemiológico sobre suicídio de adolescentes publicado no fim do ano passado, o ministério destaca que “enquanto estimativas globais apontam para redução do suicídio na adolescência, as estatísticas nacionais indicam tendência de aumento” dos casos nessa faixa etária no País e alerta que os efeitos psíquicos da pandemia “podem se manifestar ao longo dos próximos anos”, o que aponta a necessidade de “mais estudos e maior vigilância” do fenômeno.

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Do total de crianças e adolescentes vítimas do suicídio em 2021, 1.075 vítimas tinham de 15 a 19 anos, 218 estavam na faixa etária de 10 a 14 anos e seis tinham entre 5 e 9 anos. Nos Estados Unidos, por exemplo, embora a taxa de óbitos por suicídio na infância e adolescência seja maior do que a brasileira, ela se mantém estável desde 2018, segundo o Centro de Controle de Doenças americano (CDC, na sigla em inglês).

Dados de tentativas de suicídio e autoagressões entre crianças e adolescentes e atendimentos de saúde mental confirmam o tamanho do problema e mostram que ele atinge todas as classes sociais - pacientes da rede privada e da pública. No SUS, o total de atendimentos de pacientes de 10 a 19 anos por lesões autoprovocadas intencionalmente (que inclui tentativas de suicídio) cresceu 64% entre 2019 e o ano passado, indo de 3.965 para 6.505 casos, segundo dados do Ministério da Saúde levantados a pedido do Estadão.

Na rede municipal de São Paulo, os casos de crianças e adolescentes com transtornos relacionados à depressão ou ansiedade também dispararam: a média mensal de cadastrados nos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (Caps-IJ) passou de 393 em 2019 para 783 no ano passado. Neste ano, os dados continuam altos, com média mensal de 772 pacientes em tratamento.

Os Caps-IJ são unidades especializadas no atendimento a pacientes menores de 18 anos com transtornos mentais. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, o atendimento é aberto (não é necessário encaminhamento do posto de saúde) e o tratamento é feito com reabilitação psicossocial e atendimento com profissionais da medicina, enfermagem, farmácia, psicologia, serviço social, terapia ocupacional, educação física, entre outros.

Onde buscar ajuda

Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

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Canal Pode Falar

Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuventis e é possível buscar os endereços das unidades nesta página.

Mapa da Saúde Mental

O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.

NOTA DA REDAÇÃO: Suicídios são um problema de saúde pública. Antes, o Estadão, assim como boa parte da mídia profissional, evitava publicar reportagens sobre o tema pelo receio de que isso servisse de incentivo. Mas, diante da alta de mortes e tentativas de suicídio nos últimos anos, inclusive de crianças e adolescentes, o Estadão passa a discutir mais o assunto. Segundo especialistas, é preciso colocar a pauta em debate, mas de modo cuidadoso, para auxiliar na prevenção. O trabalho jornalístico sobre suicídios pode oferecer esperança a pessoas em risco, assim como para suas famílias, além de reduzir estigmas e inspirar diálogos abertos e positivos. O Estadão segue as recomendações de manuais e especialistas ao relatar os casos e as explicações para o fenômeno.

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