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Brasileira é detida na Colômbia com 130 sapos venenosos escondidos em mala

Animais estavam acondicionados em embalagens plásticas de filmes fotográficos, asfixiados e desidratados. Caso será investigado. Mulher disse que anfíbios foram dados como presente

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

Uma brasileira de 37 anos foi detida pela Polícia Nacional da Colômbia, nesta segunda-feira, 29, quando tentava embarcar no Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, levando 130 sapos venenosos na bagagem.

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Os animais, de uma espécie ameaçada de extinção, estavam acondicionados em embalagens plásticas de filmes fotográficos. Os pequenos anfíbios estavam asfixiados e desidratados, segundo a Secretaria do Meio Ambiente de Bogotá. A brasileira foi autuada pelo delito de tráfico de fauna.

Conforme a prefeitura da capital colombiana, os anfíbios da espécie Oophaga histrionica, conhecidos popularmente como sapo venenoso arlequim, são considerados como uns dos mais peçonhentos do mundo.

A passageira foi abordada quando se preparava para embarcar em voo com destino a São Paulo, com escala no Panamá. Durante a inspeção de bagagens, a polícia aeroportuária flagrou 130 frascos camuflados em uma mala, cada um contendo um espécime do anfíbio.

Segundo as autoridades colombianas, a espécie está em risco de extinção por ser alvo de tráfico internacional de animais.  Foto: EFE/ Secretaría De Ambiente

Segundo as autoridades colombianas, a espécie está em risco de extinção por ser alvo de tráfico internacional de animais.

Colecionadores internacionais de espécies silvestres chegam a pagar mil dólares por cada exemplar desses sapos, levando em conta sua beleza exótica e a procedência, já que a espécie só é encontrada nos bosques tropicais úmidos da região do Pacífico colombiano.

De acordo com nota divulgada pela prefeitura de Bogotá, os funcionários solicitaram à mulher a licença ambiental para o transporte de fauna silvestre, mas a brasileira alegou que havia recebido as rãs como presente de comunidades étnicas de Nariño, região localizada a 800 quilômetros da capital.

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Os pequenos anfíbios estavam asfixiados e desidratados, segundo a Secretaria do Meio Ambiente de Bogotá  Foto: EFE/ Secretaría De Ambiente

“Ante a quantidade de espécies transportadas e o dano considerável ao ecossistema, demos início a um processo de judicialização pelo crime de tráfico de fauna”, disse o comandante operacional da Polícia Metropolitana, Juan Carlos Arévalo Rodriguez.

Com o acompanhamento da Seccional de Carabineiros e Proteção Ambiental, os animais receberam tratamento veterinário e estão em recuperação no Centro de Atenção e Valorização de Flora e Fauna Silvestre para serem devolvidos ao seu habitat.

Com o acompanhamento da Seccional de Carabineiros e Proteção Ambiental, os animais receberam tratamento veterinário e estão em recuperação  Foto: EFE/ Secretaría De Ambiente

Segundo a prefeitura de Bogotá, a brasileira foi colocada à disposição da Procuradoria-Geral da Nação. As leis colombianas punem com rigor o tráfico de animais. Além da ação penal, a multa a que a mulher está sujeita pode chegar a 58 milhões de pesos colombianos – cerca de R$ 70 mil.

A brasileira não teve o nome divulgado pelas autoridades colombianas. A reportagem pediu informações sobre o caso ao Ministério das Relações Exteriores e aguarda retorno.

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