Morre em Belém ativista defensor dos direitos humanos na Amazônia

Paulo Fonteles Filho trabalhou em buscas de corpos de guerrilheiros do Araguaia e na apuração de denúncias de camponeses

PUBLICIDADE

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa
Atualização:

BRASÍLIA - Morreu na manhã dessa quinta-feira, 26, em Belém, o ativista Paulo Fonteles Filho, de 45 anos, um dos mais atuantes defensores de direitos humanos na Amazônia. Ele estava internado havia 15 dias, em tratamento contra uma broncopneumonia, e não resistiu a um ataque cardíaco. O velório ocorre na Assembleia Legislativa do Pará.

Como o pai, Paulo Fonteles Filho se dedicou especialmente a registros e denúncias de violações de direitos humanos no sudeste paraense Foto: Dida Sampaio/Estadão

PUBLICIDADE

Ex-vereador pelo PC do B e representante da Comissão Estadual da Verdade, Fonteles pertencia a uma família de ativistas políticos. Os pais dele, a socióloga Hecília e o advogado Paulo Fonteles, conheceram-se nas prisões do regime militar. Após deixar a prisão, o pai passou a atuar na defesa de posseiros e sitiantes em conflitos de terra e se elegeu deputado estadual. Foi assassinado, em junho de 1987, a mando de um consórcio de grileiros e fazendeiros em uma estrada em Marituba, no Pará.

+++ Ativista repassou mapa para busca no Araguaia

Como o pai, Fonteles Filho se dedicou especialmente a registros e denúncias de violações de direitos humanos no sudeste paraense. Trabalhou em comissões de buscas de corpos de guerrilheiros do Araguaia e no resgate de histórias dos camponeses que foram alijados das políticas de reparação a vítimas do regime militar. 

+++ Mateiro lendário ajudará nas buscas no Araguaia

Nos últimos anos, Fonteles Filho percorria com frequência a antiga PA-150, entre Goianésia e Marabá, rodovia estadual que hoje leva o nome de seu pai e corta terras de intensos conflitos agrários. O ativista deixa a mulher Angelina Anjo e três filhos. O enterro do corpo de Fonteles Filho está previsto para esta sexta-feira, 27, no Cemitério de Santa Isabel.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.