Pará, que vai sediar a COP-30, assina acordo com o BID para promover agenda de descarbonização

Parceria prevê alocação financeira de US$ 300 milhões para preservar a Amazônia e combater o desmatamento ilegal

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Foto do author Paula Ferreira
Por Karla Spotorno (Broadcast) e Paula Ferreira

ENVIADAS A DUBAI - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo do Pará anunciaram neste domingo, 3, uma parceria para avançar em uma agenda de descarbonização e evitar a perda de 10 milhões de hectares de floresta até 2050. A capital do Estado, Belém, vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), em 2025.

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O acordo prevê uma alocação financeira de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) para preservar a Amazônia, estimular a economia verde e combater o desmatamento ilegal.

A iniciativa faz parte do programa Amazônia Sempre do BID e foi divulgada pelo presidente da instituição, Ilan Goldfajn, e pelo governador Helder Barbalho (MDB) em um evento no pavilhão brasileiro na COP-28, em Dubai, que começou no dia 30 e vai até o dia 12.

Um dos projetos que serão financiados pelo BID é o Descarboniza Pará, que tem como objetivo contribuir para o Estado se tornar net zero – ou seja, ter emissão líquida de gases de efeito estufa neutra até 2050. Estão previstas ações de restauração e conservação, de incentivo à bioeconomia, de produção sustentável e de baixo carbono.

O governador Helder Barbalho, do Pará, que vai sediar a COP-30 em 2025. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A carta de intenção assinada por Goldfajn e por Helder neste domingo não é a primeira ação conjunta do banco com o Estado. Os dois têm trabalhado juntos desde 2017 em áreas como reforma fiscal, bioeconomia, soluções baseadas na natureza e agricultura sustentável.

“O BID aguarda com expectativa a COP-30. A descarbonização é um processo que requer intervenção em várias áreas para ser implementado, depende de muita coordenação”, disse Goldfajn em comunicado à imprensa.

O governador afirmou que a COP-30 deve ser “a COP da Amazônia” e disse que toda ação deve ser “transversal”, a fim de permitir a descarbonização completa da economia e “construir um caminho de cuidado com a natureza”, em linha com o compromisso com o Acordo de Paris e a Agenda 2030 da ONU.

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O Amazônia Sempre é um programa “guarda-chuva” que visa a proteger a biodiversidade e acelerar o desenvolvimento sustentável a partir de três frentes de ação: ampliar financiamento, impulsionar a troca de conhecimento, facilitar a coordenação regional entre os oito países amazônicos. / Com informações da EFE

*A jornalista Paula Ferreira viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

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