Vazão das Cataratas do Iguaçu aumenta 5 vezes devido às chuvas no Paraná; veja fotos

Crescimento do volume de água está associado à abertura de comportas dos reservatórios das usinas hidrelétricas que funcionam nos rios da região

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Por Caio Possati
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As fortes chuvas que caem no Estado do Paraná desde a semana passada aumentaram em cinco vezes a vazão das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, nesta terça-feira, 10. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), responsável pelas medições, o volume médio histórico da vazão é de 1,5 milhão de litros por segundo, e por volta das 13h desta terça, esse número chegou a 7,9 milhões litros por segundo.

Segundo a Urbia Cataratas, que administra o parque Iguaçu, onde fica o ponto turístico, todos os passeios estão liberados, incluindo a passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo. A tendência, segundo a empresa, é de que esse volume acima da média seja mantido pelos próximos dias.

Vazão das Cataratas do Iguaçu, no Paraná, aumentou em cinco vezes por conta das fortes chuvas que atingem o Estado desde a semana passada. Foto: Nilmar Fernando/Parque Nacional do Iguaçu

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O crescimento deste volume nas cataratas está associado à abertura de comportas dos reservatórios das usinas hidrelétricas que funcionam nos rios da região. Por conta das fortes chuvas do final de semana, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ordenou a abertura desses reservatórios, que já estavam com a capacidade próxima do limite. Com essa liberação, aumentou-se a vazão das cataratas.

A Copel tem a concessão de três das seis hidrelétricas que funcionam no Rio Iguaçu. Segundo a companhia, a abertura dos vertedouros (estruturas hidráulica que funcionam como controle de vazão) deve ser mantida pelos próximos dias em virtude da previsão de mais chuvas para a quinta-feira, 12.

Mesmo com o aumento da vazão de água, passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo permanece aberta Foto: Nilmar Fernando/Parque Nacional do Iguaçu

“O objetivo é baixar o nível de água e permitir o armazenamento do volume de chuva previsto para a região leste do Paraná a partir de quinta-feira (12)”, disse a Copel em nota.

De acordo com a companhia, a abertura dos vertedouros é um procedimento padrão feito “para garantir a segurança das barragens e da população”. Mesmo assim, a Copel reforça que as comunidades ribeirinhas e frequentadores dos rios devem “aumentar a atenção e evitar áreas de risco nesses períodos de cheia”.

Volume médio histórico da vazão é de 1.500 litros por segundo; nesta terça-feira, chegou a 7.900 litros por segundo. Foto: Nilmar Fernando/Parque Nacional do Iguaçu

As fortes chuvas que atingem o Paraná já afetaram 28 mil pessoas de 61 cidades, segundo a Defesa Civil, que atribuiu às cheias do Rio Iguaçu, na região de União Vitória, as dificuldades enfrentadas pela população paranaense.

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Ainda segundo o órgão, 1,8 mil pessoas ficaram desalojadas (520 permanecem nessa situação), e outras 3,5 chegaram a ficar desabrigadas (271 continuam nesta condição). As chuvas ainda causaram a morte de uma pessoa, na cidade de Irati, e outras sete acabaram se ferindo em decorrência das complicações causadas pelas tempestades.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), novas tempestades devem atingir o Sul do Brasil a partir da madrugada desta quarta, 11, com a previsão de se espalhar para demais Estados na quinta, 12.

Aumento no volume nas cataratas está associado à abertura de comportas de reservatórios de usinas hidrelétricas Foto: Nilmar Fernando/Parque Nacional do Iguaçu

A passagem de uma frente frente fria deve forma fortes áreas de instabilidade no Rio de Grande do Sul e Santa Catarina, que podem ser atingidos com uma chuva forte, rajadas de vento acima de 80 km/h e queda de granizo em algumas localidades, segundo o Inmet.

Essa instabilidade, porém, sobe para outras regiões do País a partir do feriado. “Na quinta, uma massa de ar frio, associada a um sistema de alta pressão, empurra a frente fria e a instabilidade rapidamente avança para o Paraná, áreas de Mato Grosso do Sul e sul, leste, nordeste de São Paulo, incluindo a capital paulista, reforçando os temporais nestas áreas”, informa o instituto.

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Correções

Uma versão anterior desta reportagem usou dados incorretos da vazão das cataratas. Não se trata de 1.500 litros por segundo e 7.900 litros por segundo, como informado originalmente, mas, sim, 1,5 milhão de litros por segundo e 7,9 milhões de litros por segundo.

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