Jovens sofrem queimaduras durante trote no interior de SP

As duas jovens foram internadas e medicadas para amenizar dores e sintomas de intoxicação

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Por Chico Siqueira e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Duas universitárias afirmam que foram queimadas por produtos químicos despejados em seus corpos durante o trote de recepção aos calouros, na noite de segunda-feira, 9, na Fundação Educacional de Santa Fé do Sul, a 623 km de São Paulo. As duas jovens foram internadas e medicadas com injeções e soro para amenizar dores e sintomas de intoxicação. Hoje, elas passaram por exames de corpo delito e prestaram depoimento na Delegacia da Mulher, onde foi aberto um inquérito de lesões corporais. Veja também:Conte a sua história de trote  Você aprova os trotes de veteranos em calouros?Você tem imagens de trote? Envie ao Foto Repórter Editorial: Os selvagens debiloides Vítima de trote em Leme-SP aponta 2 veteranos à polícia Trote leva calouro para o hospital, em Leme (SP) Pesquisador diz que prática é medieval Priscila Vieira Muniz, 18 anos, grávida de três meses, aluna do curso de análise de sistemas, deixou o hospital somente às 18h30 de terça-feira, 10. Ela teve queimaduras de primeiro grau nas duas coxas, nádegas, costas e cotovelo. "Amanhã (quinta-feira, 12) vou fazer uma ressonância para saber se meu bebê não foi afetado", disse Priscila. Ela contou que foi atacada do lado de fora, quando deixava a faculdade. "Uma moça já tinha me dito que se não me pegasse lá dentro, ia me pegar do lado de fora. E foi o que aconteceu", afirmou. Por conta da gravidez, Priscila tinha pedido aos alunos do curso para que a deixassem de fora do trote. "Isso aconteceu, mas havia uma menina de outro curso que acabou atacando minha amiga", contou Bruna da Silva Prado, que socorreu Priscila ao hospital. "Fiquei tonta e passei a sentir enjoos e queimaduras nas costas", lembrou Priscila. Outra estudante, Jessica da Silva Rezende, 17 anos, aluna do curso de letras, foi atacada ainda dentro da faculdade. Segundo ela, depois de ter o corpo banhado de tinta, foi obrigada a participar de uma brincadeira, chamada de fila do elefantinho. "Foi neste momento que alguém jogou o líquido nas minhas costas", contou ela. A jovem foi levada ao hospital e também medicada. A assessoria de comunicação da Fundação distribuiu nota lamentando o incidente. Segundo a nota, a escola proibiu os trotes tradicionais nos dois campi e realizou trote cultural dentro de seu espaço, mas que mesmo assim, alunos veteranos continuaram com o trote violento do lado de fora da faculdade. Segundo a nota, a Fundação acompanhará o inquérito policial para adotar as medidas cabíveis, que poderão culminar com a expulsão dos responsáveis pelas agressões às duas alunas.

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