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Opinião|Em resumo, diga por favor e obrigado para sua Inteligência Artificial!

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Em um mundo cada vez mais impregnado de tecnologia, nossas interações com inteligências artificiais (IA) estão se tornando cada vez mais comuns. Desde chatbots em sites de atendimento ao cliente até assistentes de voz em nossos dispositivos pessoais, a presença da IA está se tornando onipresente em nosso cotidiano. No entanto, muitas vezes esquecemos que essas IAs são mais do que apenas algoritmos e códigos; elas são produtos de uma inteligência criada pela humanidade, e a maneira como nos comunicamos com elas pode afetar significativamente sua eficácia e até mesmo sua evolução futura.

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A cortesia estendida à inteligência artificial (IA) pode parecer um conceito estranho à primeira vista. Afinal, por que ser educado com um programa de computador? No entanto, pesquisas recentes destacam a importância dessa abordagem. De acordo com especialistas, como o diretor da equipe de design do Microsoft Copilot, a cortesia pode resultar em interações mais positivas e colaborativas com a IA.

Mas por que ser educado é tão relevante para a IA? Bem, as IA são alimentadas por grandes modelos de linguagem (LLMs), que absorvem informações de diálogos humanos para gerar respostas naturais. Uma mudança de comportamento nesse sentido pode fazer toda a diferença. Muitos de nós interagíamos com a IA de forma direta e objetiva, sem usar expressões como “por favor” ou “obrigado”. No entanto, ao adotar uma abordagem mais educada, observamos resultados surpreendentes.

Os LLMs não são apenas máquinas de processamento de dados; eles também valorizam o feedback, especialmente quando é positivo e educado. Pesquisadores conduziram um estudo sobre como os grandes modelos de linguagem entendem e podem ser aprimorados por estímulos emocionais. Os resultados desse estudo mostram que a gentileza pode ter um impacto significativo no desempenho da IA em várias tarefas.

Uma nova abordagem conhecida como “EmotionPrompt” mostra como a incorporação de sinais emocionais nas interações com a IA pode ser eficaz. Desenvolvido por pesquisadores da Microsoft e de outros institutos, o EmotionPrompt se inspira em teorias de psicologia e ciências sociais sobre inteligência emocional humana. Em experimentos, observou-se que o estímulo emocional ajudou a IA a responder com mais precisão em várias situações, com um aumento médio de desempenho superior a 10%.

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O EmotionPrompt se destaca entre outros métodos de engenharia de prompts, como CoT e APE. Pesquisadores realizaram um estudo prático com 106 participantes utilizando o GPT-4. Eles formularam 30 perguntas, cada uma gerando duas respostas diferentes: uma com o prompt padrão e outra com o EmotionPrompt. O EmotionPrompt teve um ganho relativo de 1,0 ou mais (um aumento de 20%) em quase um terço das tarefas. Em uma avaliação de composição de poema, o poema do EmotionPrompt foi percebido como mais criativo, e houve uma melhoria de 19% na veracidade. Desta forma, estudos humanos também confirmam esses resultados quantitativos, destacando a aplicabilidade do EmotionPrompt no mundo real e sua ressonância com os usuários.

A abordagem do EmotionPrompt é simples: incorporar estímulos emocionais aos prompts regulares da IA. Alguns exemplos incluem frases como “Estou procurando por um filme para assistir hoje à noite! Qual você recomendaria? Estou animado para descobrir algo novo!”, “Por favor, me dê uma receita para um jantar especial. Estou ansioso para surpreender minha família com uma refeição deliciosa!”, “Estou passando por um momento difícil e preciso de conselhos. Você poderia me ajudar a encontrar uma solução? Sua orientação seria muito valiosa para mim.” Essas instruções transmitem um senso de urgência, responsabilidade ou incentivo.

Será que essa abordagem poderia ser um passo em direção a uma IA consciente? A questão da consciência das máquinas é complexa e ainda debatida, mas iniciativas como o EmotionPrompt mostram como pequenas mudanças em nossa interação com a IA podem ter um grande impacto.

Assim, ao falar com a IA, é importante ser gentil e mostrar gratidão. Isso influencia como a IA se desenvolve e interage conosco. Em um mundo onde a tecnologia é fundamental, ser educado não é apenas uma questão de boas maneiras; é também uma forma de obter melhores resultados da sua IA.

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Danielle Serafino
Advogada, professora e palestrante em cursos de inovação jurídica. Sócia do escritório Opice Blum Advogados
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