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A hora de ser protagonista

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O Corinthians inicia mais uma aventura na Libertadores com chance de sucesso - porque se preparou e investiu em experiência e qualidade. E não pela obsessão de sua torcida, pela passagem do centenário ou por desejo de audiência de meios de comunicação. A perspectiva otimista não o coloca acima de São Paulo, Flamengo, Inter e Cruzeiro. O quinteto brasileiro, com variação aqui e ali, se equivale, nos pontos altos e até em defeitos. A chance de o País ter um representante na decisão é alta, pela quantidade de times na competição e pelo valor dos elencos. Pesa ainda em seu favor a ausência de potência como o Boca Juniors, demolidor contumaz de brasileiros e colecionador voraz de taças. Se bem que, guardadas as proporções, o Estudiantes faz seus estragos por aqui. Que o digam os Palestras, de São Paulo e de Minas, suas vítimas na disputa do título, embora em épocas diferentes - o Palmeiras em 68, o Cruzeiro em 2009.O Corinthians é o único dos representantes nacionais que não conquistou a copa - o que não quer dizer grande coisa. Pode ser apenas uma referência estatística, desde que não influencie o comportamento da equipe e dos torcedores. Excesso de ansiedade, e não a falta de talentos, pode derrubar as pretensões alvinegras de grandeza. Ou, o que é igualmente importante, o maior obstáculo pode aparecer em ser seus rivais domésticos. A projeção indica alguns duelos brasileiros, já que a Conmebol faz de tudo para que apenas um representante por país chegue à final.O técnico Mano Menezes tem em mãos uma defesa equilibrada, que mostrou valor nas duas últimas temporadas e ganha a tarimba de Roberto Carlos. O meio-campo e o ataque lhe oferecem alternativas, com velocidade e aplicação de Elias, Jucilei, Jorge Henrique, o jeito mais cadenciado de Tcheco e de Defederico, o bom toque de bola de Danilo, a malícia de Iarlei e o talento superior de Ronaldo. Se seguir o script normal que lhe foi oferecido na composição das chaves, o Corinthians passa a primeira fase sem maiores sobressaltos. O Racing uruguaio é neófito; o Cerro Porteño e o Independiente de Medellin são frequentadores habituais, mas com vocação para coadjuvantes. Como o Corinthians até hoje. Chegou a hora de passar a ser protagonista.

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