"HERANÇA PERVERSA"
Aécio voltou a dizer que Dilma deixará uma "herança perversa" para seu sucessor e criticou o que chamou de falta de transparência nas contas públicas. Ao reiterar que o próximo presidente terá pela frente uma "situação complexa", disse que, em um eventual governo seu, o superávit primário será transparente, mesmo que seja baixo.
"Se tivermos que ter um superávit menor, ele vai ser real, vai ser dividido com a sociedade", prometeu.
Ele negou ainda que tivesse se comprometido a simplesmente acabar com o fator previdenciário, mecanismo criado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para evitar aposentadorias precoces e desafogar as contas da Previdência Social.
Aécio esclareceu que vai negociar de forma "permanente" com o movimento sindical uma alternativa ao fator previdenciário. Na semana passada, em encontro com sindicalistas, especialmente da Força Sindical, ele prometeu encontrar uma "alternativa responsável" para o fim do mecanismo.
O tucano repetiu por diversas vezes ao longo da entrevista de 30 minutos que sua candidatura é "a única que tem condições" de fazer as mudanças que a população deseja, fazer o país voltar a crescer e controlar a inflação.
Aécio, que foi governador de Minas por dois mandatos e conseguiu fazer seu sucessor em 2010, o agora candidato ao Senado Antonio Anastasia, contestou dados negativos em relação à segurança pública no Estado e, um dia depois de fazer um apelo aos mineiros, disse ser prematuro avaliar agora as pesquisas eleitorais em Minas.
Essas pesquisas de intenção de voto o colocam atrás de Dilma entre os presidenciáveis e apontam derrota do canditado tucano ao governo, o ex-ministro Pimenta da Veiga.
"Essa pergunta você pode me fazer depois do dia 5 de outubro (data do primeiro turno da eleição). Antes é um pouco prematuro, principalmente em se tratando de mineiros", disse.
"Eu tenho muita confiança que Pimenta da Veiga, que é o nosso candidato, vai sim vencer as eleições. Eu gostaria de estar em primeiro, inclusive na nacional também, mas o importante é que no dia 5 de outubro Pimenta da Veiga avance em Minas Gerais", disse.
(Reportagem de Eduardo Simões)