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Carnaval na Avenida Paulista: bloco de jazz cativa foliões em domingo ensolarado

Além de música, Unidos do Swing aproveitou que via é fechada para carros e fez apresentações circenses

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Por Ítalo Lo Re
Atualização:

Usualmente fechada para carros aos domingos, a Avenida Paulista viveu um clima diferente durante o carnaval fora de época. O bloco Unidos do Swing, que foi fundado em 2014, apresentou números circenses e cativou os foliões em ritmo de jazz neste domingo, 24. O grupo se reuniu nas proximidades do Conjunto Nacional e desfilou no sentido da Rua da Consolação.

A tarde ensolarada contribuiu para a experiência do cortejo, que teve início por volta de 13h30 e se dispersou pouco antes de escurecer, quando a avenida é reaberta para carros. O Unidos do Swing contou com cerca de dez integrantes em pernas de pau e mais dez na charanga. Além de música, o grupo fez apresentações acrobáticas.

Fundado em 2014, Unidos do Swing apresentou números circenses e cativou os foliões em ritmo de jazz Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

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“Eu acompanho o bloco desde o início, praticamente já faço parte do grupo”, diz a psicóloga Kátia Silva, de 58 anos, que é moradora do Tatuapé. “O número de pessoas aqui, em relação ao carnaval, é um aperitivo”, acrescenta. Ainda assim, ela seguiu o desfile de perto e diz ter aproveitado bastante.

Para o casal de bancários Theo Leopardi e Priscila Pereira, de 41 e 37 anos, a apresentação do bloco em um domingo de sol pareceu ser a oportunidade ideal para se reencontrar com o carnaval. Assim como no caso de Kátia, é o primeiro bloco em que eles vão desde que a pandemia começou.

“A gente veio atrás deles porque a gente gosta da música”, diz Theo, que explicou já conhecer o bloco. Ao mesmo tempo, ele diz que o clima na cidade desta vez foi diferente. “Achei meio murcho, os últimos carnavais em São Paulo foram bem cheios. Esse foi bem mais modesto”, diz ele.

Moradores do Brooklyn, os dois também aproveitaram a ocasião para levar a cadela Filomena, de 2 anos, para passear. “É o primeiro carnaval dela”, brincam. “A Filomena chegou na pandemia.”

A professora Paula Silva, de 25 anos, teve as expectativas quebradas com o bloco. “Achei legal, tem uma quantidade boa de pessoas – não está tão cheio nem tão vazio –, só que a gente veio pensando que seria pop, funk, e acabou que é mais marchinha”, diz ela, que estava acompanhada de uma amiga.

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Ela foi no bloco Vai Quem Qué, no Butantã, mas passou pela mesma quebra de expectativa. “Foi só marchinha. Eu gosto de bloquinho com mais música pop, funk… Pode ter marchinha também, mas eu gosto misturado”, explica. Após o Unidos do Swing, a previsão era ir ao bloco Te Pego no Cantinho, no Butantã.

A Prefeitura de São Paulo informou que, durante o carnaval fora de época, as Subprefeituras escalaram 100 funcionários para cuidar da zeladoria em toda a cidade e 18 equipamentos. Entre eles, 7 caminhões pipas, 6 basculantes, 2 varredeiras e 3 compactadores. Já a CET escalou 400 agentes para permanecerem de prontidão e atuar no monitoramento do trânsito e montagem de desvios, quando necessário. Entre quinta-feira e sábado, foram retiradas 13,5 toneladas de lixo de blocos que foram às ruas na capital.

Rio de Janeiro

No quarto e último dia do carnaval fora de época do Rio, as ruas da cidade voltaram a ser ocupadas por cortejos informais de blocos sem autorização para desfilar neste domingo, 24. Os desfiles não autorizados ocorreram desde a quarta-feira, 20, sem apoio da Prefeitura. O município concentrou esforços na organização das apresentações das escolas de samba, no Sambódromo, mas anunciou, nos dias anteriores ao feriadão de Tiradentes, que não reprimiria os blocos. O encerramento da festa não autorizada foi marcado pelo tradicionalmente longo desfile do Boi Tolo.

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O cortejo do Boi Tolo partiu ainda de manhã – a concentração começou às 7 horas, da Rua do Mercado, no Centro. Conhecido como “bloco que não termina nunca”, por percorrer muitos quilômetros pela cidade, o desfile estava no Aterro do Flamengo por volta das 14 horas. No fim da tarde, a marcha dos foliões passava por Botafogo, na zona sul. Pouco antes das 17 horas, seus foliões chegavam a Copacabana, também na zona sul.

Neste domingo, 24, o Cordão do Boitatá também colocou o bloco na rua, mas sem o tradicional baile multicultural. Sem apoio nem autorização da Prefeitura, seria impossível montar o palco. O grupo resolveu então dar um “abraço simbólico” na Praça XV, em evento marcado para as 9 horas. Os músicos fizeram uma apresentação acústica, sem desfile.

Ainda no Centro, o bloco Sinfônica Ambulante cruzou a Baía de Guanabara pelas barcas que fazem a linha de transporte entre Rio e Niterói, ainda de manhã. Também de manhã, as crianças foliãs aproveitaram a versão infantil do Boi Tolo, o Bezerro Tolinho, que se apresentou no Aterro do Flamengo, na zona sul. / COLABORARAM VINICIUS NEDER E BRUNO VILLAS BÔAS

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