O consumo de cerveja no Brasil deve começar a se recuperar no próximo ano, acompanhando a retomada da economia, após sofrer queda em 2012 pelo ambiente de crise econômica somado a preços mais altos, segundo estimativa da Associação Nacional da Indústria da Cerveja (CervBrasil). "A expectativa é de que (o próximo ano) seja melhor, mas essa é uma estimativa não embasada, considerando o desempenho da economia e as medidas (de incentivo) tomadas ao longo do ano pelo governo", disse à Reuters o diretor executivo da CervBrasil, Paulo Petroni. A CervBrasil reúne as quatro maiores fabricantes do país --Ambev, Brasil Kirin, Heineken e Petrópolis. Segundo dados da Nielsen, neste ano até outubro, o consumo de cerveja no país caiu 0,4 por cento ante o mesmo período de 2011, refletindo a desaceleração generalizada no país, o verão menos quente que o usual e o aumento de impostos para produção de cerveja, que resultaram em alta de preços de cerca de 15 por cento, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já o volume de vendas de cerveja nos dez meses até outubro teve queda de 0,9 por cento, também de acordo com a Nielsen. Mas, de acordo com Petroni, à medida que a economia se recupera, as vendas de cerveja devem ser retomadas. "Apesar do arrefecimento da economia como um todo, o setor continua crescendo acima da economia, devido a investimentos feitos pelas empresas... mas renda e preço ainda são as questões mais importantes", disse. No final de setembro, o governo reduziu a carga tributária sobre a cerveja que deveria entrar em vigor a partir de outubro, após o compromisso do setor de elevar investimentos, postos de trabalho e de renovar a frota de caminhões. A alíquota mais elevada entrará em vigor apenas em abril de 2013. Segundo dados da CervBrasil, o setor deve fechar este ano com 4 bilhões de reais em investimentos, abaixo do valor médio desembolsado nos últimos cinco anos, que foi entre 6 bilhões e 7 bilhões de reais. A associação não divulgou previsão de investimentos para 2013, visto que representa empresas de capital aberto, segundo Petroni. (Por Vivian Pereira)