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Disputa acirrada compensa desânimo em voto de expatriados dos EUA

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Por ERIK KIRSCHBAUM

Com o resultado da eleição presidencial norte-americana ainda um mistério, centenas de milhares de norte-americanos vivendo na Europa vêm registrando seus votos com um sentimento de que podem fazer a diferença na votação de 6 de novembro. De Berlim a Paris e de Londres a Madri, os expatriados dos EUA acompanham de perto a batalha entre o presidente democrata, Barack Obama, e o adversário republicano, Mitt Romney, embora a temperatura emocional esteja vários graus mais baixa do que há quatro anos, quando a maioria dos norte-americano no exterior votou em Obama depois de dois mandatos de George W. Bush, que muitos achavam ter manchado a imagem dos Estados Unidos. A disputa acirrada na corrida presidencial, que a pesquisa Reuters/Ipsos coloca como empatada, tornou a votação dos expatriados mais importante do que nunca. As organizações dos republicanos e dos democratas no exterior se esforçaram para levar os norte-americanos a se registrarem para votar em seus Estados natais. "Os americanos na Alemanha estão realmente animados com a eleição deste ano, mas nervosos também", disse Nancy Green, uma cantora de ópera que preside o grupo Democratas no Exterior em Berlim. Eleitora de Nova York, ela ajudou centenas a se registrarem em seus respectivos Estados neste ano. "Todo mundo sabe que vai ser muito, muito acirrada", disse. "As pessoas no exterior percebem que nossos votos realmente podem contar. Fizemos o que podíamos para encontrar americanos e ajudá-los a se registrarem". VANTAGEM PARA OBAMA? "Há um grande interesse entre os expatriados na Alemanha, mas eu acho que os do lado democrata não estão tão fervorosos hoje como estavam em 2008", disse o texano Thomas Leiser, presidente da organização alemã Republicanos no Exterior e empresário em Frankfurt. "Há um intenso desapontamento com a liderança do presidente Obama". Os cerca de 250.000 norte-americanos na Alemanha --a quarta maior comunidade de expatriados norte-americanos no mundo-- se inclinam tradicionalmente para os candidatos republicanos, em parte devido ao grande número DE soldados, geralmente de posição mais conservadora, estacionados ali. Mas isso mudou nas últimas eleições, quando o desencantamento com Bush na Alemanha e em toda a Europa cresceu. O cientista político James Walston, da Universidade Americana em Roma, acredita, no entanto, que grande parte dos expatriados das Forças Armadas optou por Romney. "A maioria dos soldados tende a ser republicana por causa da demografia", disse Walston. "Eles costumam vir de Estados do sul e do centro, onde os republicanos vencem". Mas os expatriados civis parecem ter sido mais influenciados pela postura majoritariamente pró-Obama de seus anfitriões europeus. Muitos norte-americanos na Europa, por exemplo, ficam desconcertados porque os republicanos se opõem ao sistema de saúde nacional, que a maioria dos europeus aceita como algo natural. Uma pesquisa de opinião do instituto de pesquisas Emnid mostrou que 87 por cento dos alemães votariam em Obama, e apenas 5 por cento em Romney, se tivessem a chance de depositar seus votos. São números similares aos de quatro anos atrás. Na França, uma pesquisa CSA mostrou que 67 por cento preferem Obama contra 5 por cento para Romney. Em 2008, a mesma pesquisa mostrou que 83 por cento eram para Obama e 10 por cento para o então candidato republicano, John McCain. (Reportagem adicional de Isla Binnie em Londres, Tracy Rucinski em Madri, Alexandria Sage em Paris, Ethan Bilby em Brussels e Martin Schmidt-Bleek em Berlim)

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