SÃO PAULO - A Bring Sean Home Foundation (Fundação Tragam Sean para Casa, em tradução livre) divulgou uma carta em seu site criticando o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Junior, que pediu a presidente Dilma Rousseff que intercedesse junto ao presidente americano Barack Obama para que os avós maternos pudessem visitar Sean nos Estados Unidos, onde vive com o pai desde dezembro de 2009.
Em carta, encaminhada a Ophir, a Fundação afirma que a Justiça de Nova Jersey não proibiu a visitação dos avós maternos, apenas estabeleceu condições, aceitas pelo pai do garoto, David Goldman, para que isso aconteça. De acordo com a carta, quando as condições forem aceitas pela família brasileira de Sean, a avó poderá visitar o garoto.
As condições apresentadas pela defesa de Goldman foram de que todas as ações judiciais em trâmite no Brasil contestando o retorno do menor aos EUA fossem encerradas; que os avós maternos se consultassem por período determinado de tempo com o psicólogo do menor nos EUA, que, em conjunto com as partes, definiria a frequência e duração das visitas; e que a visitação não fosse exposta à imprensa e que fosse mantida a confidencialidade de todas as comunicações trocadas entre os participantes da visita.
A carta ressalta que "mesmo sabendo que os avós maternos poderão visitar Sean desde que cumpram com as condições justas e razoáveis", o presidente da OAB, pediu a Dilma, que interviesse junto a Obama.
Na semana passada, em razão da visita de Obama ao Brasil, Ophir divulgou uma carta, direcionada a presidente Dilma. Ele afirmou que as dificuldades expostas pela justiça americana para permitir a visitação dos avós maternos caracterizam uma violação aos preceitos e normas relativas aos direitos humanos.
Sean Goldman é filho da estilista brasileira Bruna Bianchi, que morreu em agosto de 2008, com o americano David Goldman. Ele veio para o Brasil aos 4 anos, passar férias com a mãe. Aqui, Bruna decidiu se separar do pai do garoto e não retornar aos EUA. Goldman entrou com processo por sequestro internacional de crianças, com base na Convenção de Haia. Após a morte de Bruna, os pais dela e seu segundo marido passaram a requerer a guarda de Sean. Em dezembro de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o garoto deveria retornar aos EUA para viver com o pai.