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Inflação e dívidas abatem confiança do consumidor--FGV

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Por Redação
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O aumento da inflação e do endividamento das famílias abateu a confiança do consumidor brasileiro em fevereiro, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta quarta-feira. O índice de mostrou queda de 2,2 por cento sobre janeiro, para 110,2 pontos, com ajuste sazonal. "Há uma preocupação, principalmente entre as classe mais altas, que a inflação mais alta vai puxar os juros e pode provocar uma desaceleração da economia. Já o consumidor de menor renda sente o efeito de aumentos de alimentos e transportes no bolso", disse o economista da FGV, Aloisio Campelo. "O indicador retraiu também porque além do efeito prático e psicológico do aumento de preços há uma capacidade de endividamento esgotada. É um momento de ajuste do orçamento doméstico." O componente de situação atual recuou 0,8 por cento, passando do recorde de 124,6 pontos em janeiro para 123,6 pontos. O de expectativas caiu 3 por cento, para 103 pontos, o menor patamar desde abril de 2009. O componente de satisfação com a situação econômica local no momento foi o que mais puxou o índice para baixo. O número de consumidores a avaliando como boa diminuiu de 19,8 por cento em janeiro para 16,9 por cento em fevereiro. Campelo destacou que a intenção de compra de bens duráveis atingiu em fevereiro o menor patamar em quase um ano (a 77,5 pontos) e se encontra bem abaixo da média histórica, de 82,6 pontos. Segundo a FGV, 9,3 por cento dos entrevistados esperam comprar mais duráveis nos próximos 6 meses e 31,8 por cento estimam reduzir suas aquisições de bens de maior valor agregado "Esse foi um setor que ajudou o Brasil enfrentar a crise no ano passado e agora deu uma parada", disse Campelo. A pesquisa apontou que o consumidor brasileiro espera uma aumento de inflação e juros nos próximos meses. A previsão para a inflação foi a mais alta desde maio de 2009, a 6,9 por cento, e 36,1 por cento dos entrevistados aguardam uma trajetória de elevação dos juros, maior percentual em um ano. A sondagem foi feita entre 1 e 19 de fevereiro, em mais de 2 mil domicílios de sete capitais do país. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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