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Máfia dos caça-níqueis monta rede de cassinos na Liberdade

Quadrilhas escondem caça-níqueis e até roletas de cassinos atrás de portões discretos de casas e sobradinhos

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A Liberdade, na região central de São Paulo, se transforma nas madrugadas em uma 'Las Vegas' clandestina. Os administradores da contravenção ditam as regras, que são seguidas à risca por dezenas de casas ilegais escondidas nas Ruas da Glória, Galvão Bueno, São Joaquim e dos Estudantes. Mais de 10 cassinos clandestinos funcionam no bairro, área do 1º DP (Sé). As quadrilhas escondem as melhores cartas - as máquinas caça-níqueis e as roletas típicas de cassinos - atrás de portões discretos de casas e sobradinhos aparentemente residenciais. Para jogar, os clientes obedecem a um ritual de silêncio e estão sempre sob vigilância. Além de seguranças armados, há câmeras de monitoramento por toda parte. O esquema é tão bem montado que a jogatina, em alguns casos, ocorre perto de delegacias. A direção da Polícia Civil admite: por ano, essa máfia do jogo movimenta R$ 3,6 bilhões na cidade de São Paulo. O Jornal da Tarde circulou por duas semanas pela Liberdade para conhecer a rotina de jogadores e contraventores. Duas casas visitadas ficam a poucos metros do 1º DP (Sé). Alguns gerentes revelam que os bingos clandestinos funcionam ali há mais de dez anos. "O movimento de jogadores é grande e o dinheiro corre solto. São desde aposentados que vêm torrar os benefícios a criminosos que comemoraram o dinheiro do crime. Mas a gente ganha mais. Afinal, as máquinas foram feitas para receber e não para dar", contou um deles. Policiais que conhecem o esquema podem entrar e jogar sem pagar. Já o 'cliente comum' paga caro para apostar. Tanto que a comida é de graça. "Aqui eles pedem o prato que quiserem, de qualquer restaurante japonês caro. Não pagam nada. Estão deixando muito dinheiro no nosso bolso", argumenta um dos proprietários. Só ?conhecidos? podem entrar nos bingos. Com as imagens do circuito interno, um segurança libera - ou não - o acesso.

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