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Menem é julgado por tráfico de armas nos anos 90

Ex-presidente argentino nega acusação de envio de armas para Croácia e Equador.

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Por Da BBC Brasil

O ex-presidente argentino Carlos Menem está sendo julgado nesta quinta-feira por acusação de "contrabando qualificado" no processo que investiga a venda de armas para o Equador e a Croácia entre 1991 e 1995, período em que era presidente. Menem, de 78 anos, não participa do julgamento em Buenos Aires, pois, segundo seus advogados, está com problemas de saúde. O ex-presidente argentino e atual senador pelo Estado de La Rioja nega as acusações e afirma que está sendo vítima de uma campanha política movida contra ele pela atual presidente, Cristina Kirchner. Por ocupar uma cadeira do Senado argentino, Menem tem imunidade. Se ele for considerado culpado, os promotores terão que esperar até o fim de seu mandato ou então pedir ao Senado que aprove uma moção especial para levar Menem à prisão. Testemunhas Segundo o correspondente da BBC em Buenos Aires Daniel Schweimler, além de Menem, outras 17 pessoas são acusadas da operação de venda de armas durante a década de 90. O caso já rendeu a Menem cinco meses de prisão domiciliar em 2001 e, em 2007, um bloqueio de bens e a retenção do passaporte. O ex-presidente argentino, que ocupou o cargo entre 1989 e 1999, é acusado de envolvimento na venda de 6,5 mil toneladas de armamentos, entre rifles, canhões, foguetes e munições, ao Equador e à Croácia entre 1991 e 1995. Na época, o Equador estava envolvido em uma disputa de fronteira com o vizinho Peru, e a Croácia, envolvida no violento processo de desintegração da antiga Iugoslávia. A venda contraria regulamentos da Organização das Nações Unidas (ONU). Os responsáveis pelo contrabando teriam dito que os armamentos tinham como destino o Panamá e a Venezuela. Mas as primeiras provas a respeito dos verdadeiros destinos das armas apareceram em 1995. Entre as testemunhas que serão chamadas ao tribunal - cujos trabalhos devem durar sete meses - estão outros dois ex-presidentes argentinos, Raul Alfonsin e Fernando de La Rua. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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