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Milho atinge maior cotação da década

Em uma semana, o preço ao produtor subiu quase 10% no norte do Paraná e 7% no Triângulo Mineiro

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Os preços internos do milho são, nominalmente, os maiores da década, diz o Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada (Cepea). A exportação recorde, o aquecimento da demanda interna nos últimos meses do ano, o estoque reduzido e a resistência do vendedor em negociar neste momento estão por trás desse desempenho. Em uma semana, o preço ao produtor subiu 9,7% no oeste e no norte do Paraná, para R$ 23,05 e R$ 23,35/saca, respectivamente. No Triângulo Mineiro e em Sorriso (MT), os aumentos também foram expressivos, acima de 7%, conforme o Cepea. Entre 8 e 14 de novembro, o preço médio no mercado de balcão subiu 6% nas praças pesquisadas. No disponível, o aumento foi de 4%. LEILÕES A alta dos preços do cereal e os comentários de que pode haver problemas de abastecimento antes da entrada da safra verão levaram produtores de suínos de Santa Catarina a pedir ao governo que oferte mais milho nos leilões semanais de estoques públicos. Nos últimos leilões, a oferta para avicultores e suinocultores gaúchos e catarinenses era de 40 mil toneladas semanais. Nesta quinta-feira, haverá novo leilão de VEP, com oferta de 50 mil toneladas, mas o volume poderá ser disputado, além de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, também por consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Na sexta-feira, a Federação de Agricultura de Santa Catarina (Faesc) estimou que o déficit de milho no Estado em 2008 será de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas, considerando a produção catarinense de 3,7 milhões de toneladas na safra 2007/2008. O vice-presidente da federação, Enori Barbieri, disse, por intermédio de sua assessoria, que os preços do milho não devem baixar de R$ 22, o que representa ''''uma alta de 44% considerando-se que, em 2007, o preço médio foi de R$ 16''''. ESTOQUES Barbieri prevê dificuldades para produtores independentes de suínos em 2008 que, segundo diz, ficarão restritos ao mercado doméstico e terão alto custo de produção, enquanto as agroindústrias ampliarão a participação no mercado externo, que remunera melhor. O deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) acredita que pode faltar milho no mercado interno. Ele diz que os estoques de passagem somam 1,1 milhão de toneladas, volume que, segundo ele, é suficiente para apenas dez dias de consumo. Para ele, a alternativa será importar. A previsão é rechaçada pelo Ministério da Agricultura, que avalia que os estoques públicos e privados são suficientes para garantir o abastecimento até janeiro, quando começa a colheita 2007/2008. O estoque de passagem é estimado pela Conab em 6,7 milhões de toneladas. A produção de milho na safra de verão que começa a ser colhida no início de 2008 deve somar 37,320 milhões de toneladas, crescimento de 2% no ano-safra.

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