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Parada Gay tem tumulto e brigas

Polícia Militar deve sugerir mudanças para o próximo ano

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Por Redação
Atualização:

Não adiantou o esquema de "Big Brother" com câmeras nem os 300 seguranças patrimoniais contratados. Mesmo com um número menor de participantes - os organizadores trabalhavam ontem com o número inicial de 3,5 milhões, mas a estatística oficial só será registrada hoje -, a 13ª edição da Parada do Orgulho Gay, na Avenida Paulista, foi marcada ontem por brigas, confusões, empurra-empurra, desmaios e furtos. Apenas em três locais, 120 carteiras foram encontradas. Já a Polícia Militar vai sugerir nesta segunda-feira mudanças para o próximo ano. Segundo o coronel Marcos Chaves, comandante do policiamento na região central, "o grande número de pessoas nos dá a impressão de que a Paulista está pequena para esse evento". Apesar disso, negou que vá sugerir uma transferência. "Isso não cabe à mim, mas à comissão organizadora." Para tentar melhorar a segurança para as próximas edições, o coronel elabora um relatório, solicitando, por exemplo, a diminuição da área reservada embaixo do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Outra recomendação será prolongar as áreas restritas ao estacionamento de veículos para dois quarteirões além da avenida. Ontem, a principal confusão ocorreu às14h30, na frente do Masp, quando o erro de um motorista de ambulância, que pegou a mão errada, causou tumulto. Para dar passagem, as pessoas se deslocaram na direção do museu, se espremendo ao lado das barreiras metálicas que isolavam a área. A dona de casa Inaiara Ramos, de 37 anos, levou a família ao evento e se assustou - espremida na barreira com a filha Patrícia, de 2 meses, pensou no pior. "Sorte que minha filha (a mais velha, de 12 anos) conseguiu pular a barreira e pegou o bebê. Já imaginou o que é estar num lugar calmo, com a filha no colo, e depois tudo começa a apertar? É a primeira e última vez que venho." Minutos depois, a auxiliar de enfermagem Érica Rocha, de 28 anos, ergueu o carrinho de bebê, com a filha Beatriz, de 1 ano e 2 meses, nos braços e o passou por cima da grade - desesperada. Até as 16 horas, foram registradas 60 ocorrências médicas, a maior parte envolvendo jovens de 16 ou 17 anos, por consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Segundo a Guarda Civil Metropolitana, que montou operação especial com 350 homens para coibir a venda, o total de garrafas apreendidas lotou dez caçambas. Ainda assim era possível encontrar, facilmente, em meio à multidão, cerveja a R$ 1,50 e garrafas plásticas de vinho, a R$ 5 o litro. Havia ao menos um policial em cada esquina, mas não houve como eliminar o problema. "Teremos de mudar algo", admitiu o inspetor Nilzo de Oliveira Filho, comandante de operação da Guarda Civil na Paulista. Ao longo de toda a tarde, também foi comum encontrar pessoas alcoolizadas - ou mesmo desmaiadas - pelos canteiros. Segundo os organizadores, mesmo sem um balanço fechado, também foi possível verificar aumento no número de brigas durante a Parada. A maior briga ocorreu também perto do Masp e envolveu cinco pessoas. Ao menos três foram esfaqueadas e encaminhadas para a Santa Casa. Na dispersão, alguns participantes continuaram a festa na Avenida Dr. Vieira de Carvalho, em Santa Cecília, por volta das 22h. Incomodado com o barulho, um morador jogou uma bomba caseira sobre o grupo. Segundo a Polícia Militar, 30 pessoas ficaram feridas. No 4º DP, a maioria dos boletins de ocorrência registrados era de furtos de carteiras, celulares e câmeras digitais. Já o comerciante Fernando Tabatino, de 30 anos, foi atacado no meio da Avenida Paulista. "Um grupo de quatro pessoas me cercou, encostou o revólver na minha barriga e pediu a carteira." MONICA CARDOSO, VITOR HUGO BRANDALISE, RODRIGO BRANCATELLI, FELIPE ODA, LUISA ALCALDE e NAIANA OSCAR

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