PUBLICIDADE

Projeto elege 16 áreas-chave para proteger aves em risco

A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save) montou um mapa com 163 áreas importantes para a conservação das aves

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O trabalho em Boa Nova é parte de uma série de projetos levados adiante pela Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save), representante no País da organização internacional BirdLife. A Save montou um mapa com 163 áreas importantes para a conservação das aves (ou IBAs, na sigla do inglês) e descobriu que mais de 30% delas não estão sob nenhum regime de proteção da biodiversidade. O foco inicial da pesquisa era a mata atlântica. Afinal, 83% das espécies de aves ameaçadas de extinção no País estão nessa floresta úmida, hoje restrita a áreas fragmentadas. Só que a análise acabou respingando em outros três biomas que se ligam à mata atlântica - caatinga, cerrado e campos sulinos. Os critérios variam: presença na área de espécies globalmente ameaçadas de extinção, espécies de distribuição restrita, padrões de migração para reprodução ou para passar o inverno. Em comum, histórias de perda de hábitat, desmatamento, pressão exercida por zonas urbanas e por atividades exploratórias - muitas vezes, ligadas à pobreza. De todas as IBAs, a Save escolheu 16 delas como prioritárias por pedirem ações urgentes de conservação. Entre elas, está a região onde mora o gravatazeiro (veja mapa ao lado). Quinze Estados entraram na lista geral. A Bahia é o que possui o maior número, com 31 IBAs. O Brasil é uma das regiões mais biodiversas do planeta. Aqui estão cerca de 20% de todas as cerca de 9 mil espécies de ave existentes, atrás apenas dos vizinhos Colômbia e Peru. O País também é um dos campeões de áreas ameaçadas, com a mata atlântica e a caatinga na frente. De 1.212 aves ameaçadas no mundo, 118 delas vivem no Brasil. Duas espécies não tiveram a mesma sorte do gravatazeiro e sumiram da natureza antes que um projeto de conservação fosse montado: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), que se tornou símbolo das aves em perigo, e o mutum-de-Alagoas (Mitu mitu), que pode ressurgir se um projeto em andamento de adaptação dos poucos mutuns que sobrevivem em cativeiro for bem-sucedido. O estudo inteiro levou cinco anos para ser concluído e será lançado oficialmente neste mês em Curitiba (PR), durante a 8.ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8). É o primeiro do tipo no Brasil. Outros 24 países já possuem mapas. São 3.400 IBAs divididas entre África e Américas do Norte e do Sul.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.