Reunião do G8 tem desacordo sobre Síria e nenhum plano para Coreia do Norte

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Por ARSHAD MOHAMMED E NATALIE HUET
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A reunião de quinta-feira dos ministros de Relações Exteriores do G8, em Londres, terminou sem solução para as divergências envolvendo a Síria, e sem nenhum plano concreto sobre como lidar com a Coreia do Norte. O anfitrião do encontro, o chanceler William Hague, admitiu que o mundo fez muito pouco até agora para tentar resolver os dois anos de conflito na Síria, no qual estima-se que 70 mil pessoas já tenham morrido. "O Conselho de Segurança das Nações Unidas não cumpriu suas responsabilidades, porque está dividido. A divisão continua. Resolvemos essa divisão nesta reunião? Não. Não esperamos fazê-lo", disse Hague a jornalistas. "O mundo até agora fracassou nas suas responsabilidades e continua a fazê-lo." A pauta do encontro incluía também as ameaças norte-coreanas de guerra e o programa nuclear iraniano. A atriz Angelina Jolie, embaixadora honorária do Alto Comissário da ONU para refugiados, se dirigiu aos ministros pedindo mais ação para evitar a violência sexual contra mulheres em zonas de conflito. A respeito da Coreia do Norte, o G8 - grupo de grandes países industrializados - condenou "nos termos mais duros possíveis" o desenvolvimento de armas nucleares por Pyongyang, mas não anunciou medidas específicas. Em nota, os ministros de EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia pediram à Coreia do Norte que "evite novos atos provocativos". "Se a RDPC (sigla oficial da Coreia do Norte) conduzir outro lançamento de míssil, ou teste nuclear, nos comprometemos a adotar novas medidas significativas", disse o britânico Hague, sem mencionar detalhes. Uma fonte dos EUA disse a jornalistas, sob anonimato, que os ministros discutiram o papel da China - que não é parte do G8 - em lidar com as ameaças norte-coreanas, mas que nada de específico saiu da reunião. No caso da Síria, persistem as divergências entre os governos ocidentais, que apoiam medidas contra o presidente Bashar al Assad, e a Rússia e China, que brecam qualquer resolução sobre o líder sírio. Hague disse que, por causa da guerra civil, a Síria se tornou o principal destino de jihadistas na atualidade. Um dos principais grupos armados envolvidos no conflito, a Frente Al Nusra, declarou na quarta-feira que deve obediência ao líder da Al Qaeda, Ayman al Zawahri, o que alimenta os temores de que a Síria se torne um ninho de militantes islâmicos. Líderes da Coalizão Nacional Síria, principal grupo da oposição civil no exílio, esteve presente de forma paralela na região do G8, pedindo mais ajuda humanitária. Fontes oficiais disseram que nenhuma nova promessa foi oferecida.

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