PUBLICIDADE

Comandante da PM do Rio assume e 'manda recado' a oficiais

Posse foi antecipada para tentar evitar que a crise entre policiais e o governo Sérgio Cabral aumentasse

PUBLICIDADE

O novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Gilson Pitta, mandou um recado aos Barbonos - grupo de oficiais da antiga ao qual pertencia - ao assumir o cargo nesta quarta-feira, 30. "Oficiais jovens alçarão novos postos e tenho certeza de que com eles a corporação dará um salto de qualidade", declarou o coronel, que enfrenta a hostilidade de oficiais - pelo menos 47 pediram exoneração dos cargos nesta terça.   Pitta afirmou que não houve "intranqüilidade em quartéis ou na corporação". Pouco depois, porém, cometeu um ato falho. "Acredito que pode ter ocorrido (motim) em algum momento, mas de imediato foi sanado."   Logo após a transmissão do cargo, o ex-comandante, coronel Ubiratan Ângelo, entregou uma carta em que pede para ir para a reserva. "Continuo sendo policial militar e defendo a necessidade de a corporação ganhar melhor. Jamais traí minha tropa, nem o governador, nem o secretário. Não falo nada por trás, não escrevo em blog", afirmou.   O coronel, que morava de aluguel antes de assumir o cargo, informou que está empacotando suas coisas para deixar a residência oficial do comando. "Amigos já me ofereceram um lugar para ficar", concluiu.   Cerimônia   A transmissão do cargo foi antecipada para tentar evitar o alastramento da crise entre a Polícia Militar e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Pela manhã, 40 coronéis e tenentes-coronéis - todos solidários a Ubiratan Ângelo - entregaram seus cargos ao comando. A notícia fez a administração Sérgio Cabral Filho (PMDB) realizar a cerimônia nesta tarde - sob tensão e num gabinete fechado, longe da tropa e da imprensa.   "Nunca, nos 200 anos de história da Polícia Militar, houve uma troca de comando sem a tropa formada", lamentou o presidente da Associação de Oficiais Militares do Estado do Rio de Janeiro, coronel da reserva Dilson Anaide. Ele considera que o novo comandante terá problemas de legitimidade.   (Colaborou Wilson Tosta, de O Estado de S. Paulo.)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.