Ykenga Mattos, cartunista e ativista do movimento negro, morre aos 71 anos

Bonifácio Rodrigues de Mattos será sepultado nesta quarta-feira, 3; seu legado inclui uma extensa obra que critica o racismo através do humor e da sátira

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Por Larissa Godoy
Atualização:

Bonifácio Rodrigues de Mattos, mais conhecido como Ykenga Mattos, cartunista, professor e sociólogo de renome, faleceu aos 71 anos, conforme anunciado pela sua filha, Louana Costa, através das redes sociais.

Ykenga Mattos Foto: @marisa_c_mattos via Instagram

O artista, cuja obra desempenhou um papel crucial na denúncia do racismo através de cartuns humorísticos e críticos, será sepultado nesta quarta-feira, 3, às 15h, no Cemitério Parque da Paz, localizado em Pacheco, na cidade de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Ykenga Mattos iniciou sua carreira na década de 1970, no jornal O Pasquim, estendendo sua influência a diversas outras publicações, incluindo O Dia, Extra, O Povo, Última Hora, O Fluminense e Jornal dos Sports, além de contribuir ativamente para o jornalismo do movimento negro, como evidenciado por seu trabalho no Maioria Falante. Suas criações eram marcadas pelo humor e deboche, servindo como uma forma potente de crítica social e racial.

Entre seus feitos literários, destacam-se obras como Casa Grande & Sem Sala, uma paródia que critica e reflete sobre o mito da democracia racial brasileira, em contraponto à clássica Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre. Ykenga Mattos foi não apenas um cartunista, mas também um ativista, utilizando sua arte para comentar sobre a continuidade das práticas racistas e a luta por justiça social.

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