‘Três Tigres Tristes’, de Gustavo Vinagre, abre Mix Brasil nesta quarta

Festival de cinema da diversidade segue até o domingo, 20, com 118 filmes de 35 países e 12 Estados brasileiros

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten

Gustavo Vinagre iniciou o ano vencendo o Teddy Bear para o melhor filme queer da Berlinale por Três Tigres Tristes. De volta a Berlim, e já próximo do fim de ano, ele venceu de novo, e com o mesmo filme, um festival de filmes pornográficos.

Berço

Gustavo Vinagre está de volta ao Mix Brasil, que talvez seja o seu berço. O Festival da Diversidade tem acolhido seus filmes. São 15 curtas e 6 longas, diversos interpretados por sua atriz-fetiche, Julia Katharine. Justamente Três Tigres Tristes foi escolhido para abrir o 30.º Mix Brasil que começa nesta quarta-feira, 9, no Itaú Cultural.

Cena do filme Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre.  Foto: Cris Lyra

PUBLICIDADE

A partir desta quinta-feira, dia 10, a programação - para o público - divide-se entre o Itaú, na Avenida Paulista, e o Cinesesc, na Rua Augusta.

O cinema de Vinagre constrói-se sobre corpos. Todo cinema começa e se dilata na epiderme dos atores, mas nos filmes dele os personagens, e até os atores, estão vivendo momentos de mudança e transformação. No debate sobre Três Tigres Tristes no Festival do Rio, Julia contou que sua mãe assiste a seus filmes - especialmente os de Vinagre - até como forma de entender melhor a filha. Julia faz agora uma mãe. Os protagonistas são três jovens queers que vagam por uma São Paulo um tanto fantasmagórica.

Vinagre iniciou seu filme bem antes da pandemia. Incorporou a covid-19. Esclarece - apesar do título, que possui similaridade com Três Tristes Tigres, do cubano Guillermo Cabrera Infante, de 1965 - que sua maior influência foi Ensina-me a Viver, de Hal Ashby, de 1971.

Filme queer

O garoto com tendências suicidas que toma lições de vida com a idosa sacudida. Aprender a viver com a diversidade está no centro dos filmes de Gustavo Vinagre - A Rosa Azul de Novalis é o maior filme queer da história do cinema brasileiro -, mas também das obras selecionadas para o Mix Brasil.

O festival deste ano, que termina no dia 20, vai apresentar 118 filmes de 35 países e 12 Estados brasileiros. E mais - experiências de realidade virtual, espetáculos teatrais, shows, literatura, workshops. Um dos filmes mais esperados é o de Lukas Dhont, que venceu o Grand Prix em Cannes, em maio, e virá ao Brasil para promover seu filme, Close. Destacar dois ou três entre mais de 100 é covardia, mas há também o novo de Christophe Honoré, Winter Boy. O 30.º Mix Brasil outorga o troféu Ícone Mix, e quem leva é Linn da Quebrada.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.