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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Sem declarar voto, Ary Fontoura diz que esperava eleição com 'grande estreia'

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Por Marcela Paes
Atualização:

Ary Fontoura dubla o personagem de Xogum, em O Lendário Cão Guerreiro. Foto: Eduardo Viana

Ary Fontoura está longe de evitar novas experiências. O ator vive atualmente dois momentos únicos em sua carreira: o sucesso inesperado de sua conta no Instagram e o segundo papel de dublagem de sua vida, no longa de animação O Lendário Cão Guerreiro, que estreia nos cinemas no dia 25 deste mês.

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"Honestamente não sabia que meu Instagram atingira o nível que atingiu. É uma página até certo ponto irresponsável, que nasceu pra gente brincar", diz à repórter Marcela Paes. Na contramão de dezenas de artistas que declararam seu posicionamento político, Fontoura diz que sua felicidade seria ver uma 'grande estreia' nesta eleição. Leia abaixo a entrevista.

O senhor tem uma carreira longa mas, na dublagem, está no seu segundo trabalho. O que lhe atraiu nessa vertente? 

Durante todo o tempo que eu fiz novela e teatro, eu nunca tinha me preocupado com dublagem. Eu achava que teria uma certa dificuldade em fazer, porque tem uma pressa requerida para o trabalho. Eu sentia que eu tinha e ainda tenho uma certa dificuldade em coordenar a voz, mas tive uma assessoria e o trabalho ficou mais fácil. Na vida a gente tem que experimentar tudo, sem essa coisa de 'não sei fazer'. Na verdade, eu sei fazer.

Como encara os papéis voltados para o público mais jovem? 

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Quando eu comecei a fazer minha página no Instagram, o meu público passou a ser muito diversificado. As crianças são muito significativas dentro dessa fase no Instagram e também na televisão. Eu cheguei a fazer muitos programas infantis na Globo, fiz o Sítio do Pica-Pau Amarelo...Tem uma certa reciprocidade com esse público e isso ajudou demais. Eles gostam, eu sei brincar com eles. E também tenho um método para lidar com eles.

Qual?

Eu não trato as crianças como crianças, eu trato como adultos. Eles adoram. Não é 'mimimi, que bonitinho'. Nada disso. Eu trato como adulto e eles se sentem absolutamente confiantes.

Ter contato com esse público traz renovação?

Acho que sim. Eu vou me lembrando do meu próprio tempo de criança. Acho que as crianças hoje estão um pouquinho abandonadas, embora muito mais bem informadas. A própria internet e a televisão fizeram com que a criança saísse menos de casa. A violência nas cidades e as preocupações que os pais têm hoje em dia com os filhos, não eram as mesmas de quando eu era criança. O mundo era muito melhor na questão da liberdade, que hoje é tolhida pela falta de segurança.

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 Quando o senhor criou seu perfil no Instagram imaginava que teria essa resposta tão positiva do público?

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Honestamente não sabia que a minha página atingiria o nível que atingiu. Já estou com quase 5 milhões de pessoas me seguindo. É uma página até certo ponto irresponsável, que nasceu realmente pra gente brincar e distrair as pessoas e que continua dentro desse esquema. De repente a coisa ficou um pouco mais séria e a minha disponibilidade de antes, que era pequena, agora é muito grande. A gente tem que ter muito cuidado com os conteúdos publicados porque o público da internet é muito observador e muito sensível. Às vezes qualquer coisinha que você queira dizer pode ser interpretada como se fosse uma ofensa. Também é difícil pensar em conteúdos originais e interessantes porque hoje em dia tudo está tão explorado.

No início do ano, o José de Abreu provocou o senhor a divulgar seu posicionamento político. 

Eu trabalho na Globo praticamente desde que ela foi fundada e o Zé de Abreu é meu amigo há uns 40 anos, porque ele também é um ator que tem se dedicado às novelas e tal. Então, tudo que o Zé de Abreu disser sobre mim não deve ser absolutamente levado em conta. É uma grande brincadeira, ele é uma pessoa perigosa e eu também sou.

Mas pretende falar em quem vai votar, como muitos artistas estão fazendo?

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Eu não pretendo falar. Só posso lhe dizer o seguinte comparando cinema e política: eu sou um cinéfilo de marca maior e eu não gosto de reprise, eu gosto de ver filmes novos. A minha felicidade seria se nessa eleição eu tivesse oportunidade de ver uma grande estreia, mas infelizmente as pessoas não apareceram, esse filme não foi feito.

 Falta renovação?

Eu acho que as pessoas que têm pretensões políticas no País deveriam ter uma chance de atuar durante um período e depois tchau. Dar chance pra todo mundo. Temos que ter rotatividade para ter uma democracia plena. Esse é o meu ponto de vista.

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