PUBLICIDADE

Mawaca lança trilha de "Os Lusíadas"

As composições do grupo para o musical adaptado da obra de Camões foram reunidas em CD, que será lançado amanhã com show em São Paulo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O musical Os Lusíadas passou por diversas concepções durante sua preparação e mesmo ao longo da temporada, com novas leituras feitas à medida que mudava o diretor. A trilha sonora também foi modificada, com alternância na escolha do estilo: desde o espírito popular e carnavalesco planejado pelo primeiro encenador, Amir Haddad, passando pelo tom operístico adotado por Iacoff Hillel até chegar ao modelo eletrônico de Márcio Aurélio, o terceiro diretor. Em todos os momentos, porém, houve um ponto em comum: a pesquisa de sons e ritmos promovida pela compositora e arranjadora Magda Pucci, líder do Mawaca, grupo que participa do espetáculo. A trilha sonora está sendo lançada pela gravadora MCD World Music e, para comemorar, o grupo realiza amanhã um show, no Teatro Arthur Rubinstein, ao lado da Orquestra Sinfonica Cultura, e outro, no fim de semana, no Teatro Crowne Plaza. "Musicar a obra de Camões foi um desafio, especialmente porque tivemos um prazo curto, de apenas um mês e meio, para realizar o trabalho", explica Magda. Monumento da língua portuguesa, o poema épico Os Lusíadas trata da aventurosa viagem do comandante Vasco da Gama à Índia, em 1497. Assim, Magda musicou os poemas, transformando-os em canções que, na peça, são interpretadas pelos atores, mas no CD e nos shows, surgem nas vozes das cantoras do grupo e de convidados. As referências étnicas são várias (portuguesa, indiana, árabe e africana) e, ao mesmo tempo em que buscam conexão com a música brasileira, ilustram também o roteiro dos lusonautas às Índias. Segundo Magda, para cada momento da trajetória de Vasco da Gama, a trilha segue por caminhos distintos. Assim, ora segue em direção à rítmica quebrada de Stravinsky para ilustrar as cenas das tempestades em alto-mar, ora para temas de caráter medieval ambientando as cenas do cais do porto. "Há, ainda, melodias suaves, inspiradas em Satie e Debussy, específicas para os momentos amorosos." Fiel aos versos de Camões, Magda sentiu dificuldades ao musicar os poemas épicos, mais rígidos e presos ao seu tempo. "Já a poética feminina foi mais fácil de trabalhar, pois transcende a época e, como são poemas quebrados, têm mais rigidez", justifica. Mawaca é uma palavra de origem africana. Para a etnia hausa, do norte da Nigéria, "waka" significa "poema cantado" e "ma" designa o intérprete do poema. A fusão, portanto, quer dizer "cantores", músicos que recorrem ao poder mágico da palavra cantada para atrair o poder dos espíritos. Mawaca. Amanhã, às 21 horas. R$ 20. A Hebraica. Rua Hungria, 1.000, tel.: (0xx11) 3818-8888. Sábado, às 21 h, e domingo, às 20 h. R$ 15. Teatro Crowne Plaza. Rua Frei Caneca, 1.360. tel.: (0xx11) 289-0985.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.