No caso da Ogilvy, o título de agência do ano veio graças principalmente a duas campanhas. Uma para a marca Dove, da Unilever, e outra para o Sport Club Recife. A primeira, que debate a imagem negativa que as mulheres têm da própria aparência, ganhou o Grand Prix em Titanium. A segunda, que incentivou os torcedores do Sport a tornarem-se doares de órgãos, levou o grande prêmio em Promo & Activation.
Campanha global. No caso de Dove, a campanha da Ogilvy teve alcance global. Exibida em 30 países, "Retratos da Beleza Real" chegou à empresa brasileira graças ao desempenho de uma outra campanha, de alcance menor, premiada em Cannes no ano passado. Foi graças a uma ação para a maionese Hellmann's (que, como a Dove, pertence à Unilever) que a agência ganhou a chance de trabalhar com a marca Dove. "Foi o resultado da performance criativa que tínhamos mostrado", lembra presidente da Ogilvy Brasil, Luiz Fernando Musa.
A campanha de Dove, segundo o diretor criação da agência, Anselmo Ramos foi feita com a melhor equipe técnica possível, além de ter sido filmada em inglês, com locações em São Francisco, por uma produtora americana. "Foi um experimento sociológico (comparar a autoimagem da mulher com as visões dos outros sobre ela em um retrato falado)", diz o publicitário. "E foi algo que conseguimos retratar em filme, exposição e pôsteres", diz.
União. A campanha de doação de órgãos do Sport chegou a ser tema de uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo. "Acho que o que chamou a atenção foi que nós conseguimos dar uma nova direção para a doação de órgãos. Antes, era algo que você faria pela sua família. Agora, é algo também que você pode fazer por seu time", diz Ramos.
Para o presidente da agência, foi importante também a central de transplante de Recife abraçar a ideia. "Acho que conseguimos passar uma imagem positiva e muito bonita", diz o executivo. "Isso mostra o poder que a gente tem nas mãos. É incrível que uma ideia gerada dentro de uma agência possa ter um impacto real para a sociedade."