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A princípio, Selic não muda juros ao consumidor

Apesar da redução da taxa básica da economia de 19% ao ano para 18,75% ao ano, os juros cobrados ao consumidor devem permanecer no mesmo patamar em que estão. É o que sinalizam bancos, financeiras e administradoras de cartão ouvidos pela Agência Estado.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir hoje a Selic, a taxa básica de juros da economia -, de 19% ao ano para 18,75% ao ano. Apesar da queda, o mercado indica que as taxas cobradas ao consumidor não devem sofrer alterações a curto prazo. A Agência Estado ouviu bancos, financeiras, administradoras de cartão de crédito e outras instituições que trabalham sob a influência dos juros praticados no mercado. Todas elas sinalizam que a diminuição da Selic não terá impacto imediato no bolso dos consumidores. A Fininvest, com produtos nas áreas de crédito pessoal e cartões de crédito, informou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que os juros cobrados pela empresa não têm relação direta com a Selic, já que são influenciados principalmente por indicadores como os custos administrativos, o peso dos impostos e o índice de inadimplência. A mudança desses fatores é que levam à correção das taxas da companhia. Na Losango, outra empresa de financiamento de crédito, o gerente de novos negócios, Leandro Vilaim, ressaltou o peso da inadimplência - e não da Selic - na correção das taxas de juros. "Para nossa empresa, uma variação de 1 ponto porcentual na Selic não tem tanto impacto quanto a variação de 0,1 ponto porcentual nos índices de inadimplência", diz. Para ele, uma taxa básica menor irá pesar mais no humor e na expectativa dos consumidores do que nos indicadores econômicos. Os bancos se mostraram reticentes em apontar qual será a influência da queda da taxa básica de juros sobre o setor. ABN Amro Bank, Bradesco, Itaú e HSBC anunciaram que, no momento, não irão mudar suas taxas de juros. Preferem esperar uma resposta do mercado à decisão do Copom. No HSBC, a Assessoria de Imprensa declarou que a Selic representa apenas um indicador geral dos juros do mercado e que seu impacto sobre as instituições financeiras requer um tempo de avaliação por parte do setor bancário. O presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Ricardo Malcon, saudou a decisão do governo de reduzir a Selic (que estava em 19% desde julho do ano passado), mas ressaltou que a medida terá um impacto pequeno sobre as taxas de financiamento ao consumidor, especialmente para os setores em que os preços sobre os quais incidem os juros não são tão elevados - eletrodomésticos, móveis etc. As administradoras de cartão de crédito Visa e Mastercard esclareceram que as taxas de juros que incidem nos cartões são determinadas unicamente pelos bancos e que, por isso, a Selic quase não tem efeito prático sobre seus negócios. Ou seja, para que os juros cobrados no cartão de crédito recuassem, os bancos deveriam primeiramente diminuir suas taxas. Veja no link abaixo a opinião de analistas sobre a redução da Selic.

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