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Anbid: fundos cambiais rendem 4,24%

A alta do dólar impulsionou o rendimento dos fundos cambiais em outubro. Dados preliminares da Anbid acusam uma rentabilidade de 4,24% até o dia 26. Analistas recomendam este tipo de aplicação apenas para quem tem dívidas em dólar.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os fundos cambiais terminam o mês de outubro no topo do ranking de rentabilidade dos fundos de investimento. De acordo com dados preliminares da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), no mês, até o dia 26 de outubro, eles acumulam rendimento de 4,24%. Analistas alertam que o resultado expressivo desse mês não deve ser motivo para que o investidor saia de sua aplicação e migre para esse tipo de fundo. "O fundo cambial deve ser usado apenas por quem tem dívidas em dólar", afirma Eduardo Castro, diretor de renda fixa da ABN Amro Asset Management. Dessa forma, caso a cotação da moeda norte-americana suba, o investidor estará protegido e não terá que desembolsar mais para pagar uma despesa, já que a sua aplicação estará vinculada ao movimento do dólar. O executivo não descarta o uso do fundo cambial como uma opção de investimento. Mas adverte: "Apostar em dólar é muito arriscado pois, a qualquer mudança no cenário, tanto interno como externo, há grandes chances de oscilações", afirma. O momento atual é exemplo disso. A situação da Argentina, a alta do preço do petróleo e as incertezas em relação à desaceleração da economia norte-americana pressionaram o dólar e fizeram com que a taxa de câmbio subisse muito nesse mês - de 3,04%. Porém, como não existe tendência definida para esses problemas, não há como traçar uma trajetória para a moeda norte-americana até o final do ano. Assim, tanto os fundos cambiais podem continuar ganhando, como podem devolver parte da rentabilidade incorporada em outubro. Para tentar driblar esse risco, Castro indica o investimento em fundos de derivativos, cuja carteira é composta por ativos de renda variável, que podem ser alterados de acordo com o cenário econômico. "Se o gestor da carteira percebe que a tendência do dólar é de queda, ele retira esse tipo de aplicação da carteira do fundo. Ao contrário, se a tendência é de alta, os papéis atrelados ao dólar passam a ter peso maior na carteira do fundos." O diretor explica que, no caso dos fundos cambiais, o compromisso do administrador é fazer com que o fundo acompanhe a variação do dólar, o que não permite essa mobilidade quando o dólar está em queda. Veja mais informações sobre fundos derivativos no link abaixo. Rendimento do fundo cambial é prejudicado pela incidência do IR Para os investidores que optam por um fundo cambial como forma de segurança, pois têm dívidas em dólar e por isso seus investimentos precisam acompanhar a alta da moeda norte-americana, vale lembrar que esse fundo não é um hedge (proteção ao risco) perfeito. Isso porque todos os meses incide uma alíquota de 20% sobre o rendimento da aplicação. Porém, de acordo com Érico Capelo, administrador de carteira da Lloyds Asset Management, o fundo cambial ainda é a melhor forma de hedge para o pequeno investidor. "Uma outra opção seria os títulos com vencimento futuro atrelados à taxa de câmbio. Porém, os juros oferecidos para os grandes investidores, ou seja, os fundos de investimentos, são maiores do que as taxas conseguidas pelo investidor pessoa física", explica. Veja na seqüência perspectivas para o mercado de câmbio.

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