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Bancos federais se contradizem quanto a proposta

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo propôs perdoar um terço dos dias parados dos bancários em greve do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, mas a proposta acabou nem sendo discutida nas assembléias da categoria e provocou um choque interno entre os bancos federais. Enquanto o BB divulgava sua oferta aos funcionários pelo correio eletrônico interno, a diretoria da Caixa tentava negar que tenha acenado com qualquer tipo de acordo em separado com os grevistas. "A Caixa Econômica Federal reafirma a proposta negociada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) com os sindicatos e as lideranças sindicais. Para a Caixa, essa proposta traduz o limite possível de reajuste para os seus funcionários, o máximo com que a empresa pode arcar sem comprometimento dos resultados financeiros e de qualidade dos serviços prestados à sociedade", disse o banco por nota, sem fazer referência aos dias parados. A proposta de "perdão parcial" surgiu de um processo de negociação interno no governo, do qual participaram parlamentares petistas ligados aos bancários e três ministros - Ricardo Berzoini, do Trabalho, Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, e Antônio Palocci, da Fazenda. Ontem, segundo uma fonte do governo, Berzoini teria conversado e obtido a concordância do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, para anistiar parte dos dias parados. Mas, como a proposta nem foi levada ás assembléias, a Caixa tomou a decisão de não divulgá-la oficialmente. Apesar das ameaças de corte do ponto, a greve radicalizou-se nos bancos federais e criou uma situação na qual ficou impossível para os dirigentes sindicais ligados ao PT defenderem o fim da paralisação. Nesta semana, parlamentares governistas entraram em campo para tentar negociar uma "saída honrosa" para a greve, mas encontraram duras resistências no governo.

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