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Bolsas europeias foram as que mais sofreram

Rebaixamento da Grécia e de Portugal pela S&P expõe, na visão do mercado financeiro, [br]fragilidade da Europa

Por Claudia Violante
Atualização:

A aversão ao risco detonada pelo rebaixamento, feito pela Standard & Poor"s, das notas soberanas de Portugal e da Grécia arrasou os mercados de ações, commodities e moedas. Além do temor de que outras economias da Europa estejam na mira, ajudou ainda a agravar a tensão a volta das preocupações sobre novas medidas restritivas pelo governo chinês para impedir uma bolha no segmento imobiliário. As praças europeias foram devastadas e entre as que mais sentiram o baque estão as Bolsas de Lisboa (-5,36%) e de Madri (-4,19%). A Bolsa de Atenas despencou 6%, mas fechou antes do anúncio da S&P. A Bovespa, assombrada adicionalmente pela expectativa de alta mais forte na Selic, desabou 3,43%, sem conseguir chegar ao fim do dia com uma única ação em alta. Em Wall Street, o Índice Dow Jones, após uma série de seis pregões de alta, caiu 1,90%, no pior declínio desde 4 de fevereiro. Nas moedas, dólar e iene foram vistos como porto seguro. O euro perdeu o patamar de US$ 1,32, enquanto o dólar doméstico subiu 1,15%, para R$ 1,765. O dia já amanheceu nebuloso para os mercados acionários, com a volta das preocupações sobre novas medidas restritivas do governo chinês. Esses temores já levaram às vendas de commodities, uma vez que o gigante asiático pode diminuir a compra desses produtos se essas ações forem implementadas. O sinal negativo ganhou amplitude na Europa, com as preocupações com a situação indefinida da Grécia. Os temores ganharam um agravante: a S&P rebaixou os ratings do país. E o ministro de Finanças grego, Georges Papaconstantinou, finalmente jogou a toalha ao afirmar que o país precisava mesmo do dinheiro da União Europeia e do FMI. "A Comunidade Europeia bobeou ao não resolver a crise fiscal da Grécia. Agora, há risco de alastramento para outros países da região. O imobilismo está tornando o problema mais caro", disse o gestor gerente da Infinity Asset, George Sanders. Ben May, da Capital Economics, também tem essa visão. "O rebaixamento das dívidas dos governos grego e português pela S&P é outro indício de que a crise fiscal na zona do euro continua a se aprofundar. No fim das contas, essa é uma advertência cabal de que o pacote de resgate à Grécia, se e quando ele finalmente aparecer, não representará o fim da crise."

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