PUBLICIDADE

Publicidade

Bovespa lança Nível 1 de boa governança

O lançamento do selo Nível 1 de Governança Corporativa contou com a adesão de 15 empresas. É apenas o primeiro passo para as companhias assumirem um compromisso de transparência na divulgação de informações junto aos investidores minoritários.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) lançou ontem o selo Nível 1 de Governança Corporativa, o primeiro passo no projeto da instituição de identificar empresas comprometidas com a transparência na divulgação de informações e o respeito aos direitos dos acionistas minoritários. Quinze companhias aderiram ao Nível 1, que tem como principais exigências a manutenção de 25% do capital em circulação no mercado, a realização de novas ofertas de ações para dispersar o capital e a divulgação de balanços trimestrais com a demonstração do fluxo de caixa. A maior parte dos analistas reconhece a importância da iniciativa, mas ressalta que, como os requisitos para aderir ao Nível 1 são muito fáceis de ser atingidos, a adesão não significa um compromisso dos mais fortes com os direitos dos minoritários. E ontem mesmo estreou o Índice Governança Corporativa (IGC), formado por 19 ações dessas 15 empresas. O IGC fechou em baixa de 1,2%, enquanto o Ibovespa recuou 0,55%. Nível 2 e Novo Mercado Para diretor de Análise de Ações do banco de investimentos Merrill Lynch, Marcelo Audi, o comportamentos dos investidores é que vai determinar a velocidade com que as empresas vão migrar para o Nível 2 e para o Novo Mercado, que têm exigências mais rigorosas na questão do respeito aos minoritários. Segundo ele, a iniciativa terá sucesso se os investidores derem um prêmio às ações das empresas que têm boas práticas de governança corporativa e um desconto para os papéis das companhias que não as adotarem. No Nível 2, por exemplo, é obrigatório estender aos detentores de ações ordinárias (ON, com direito a voto) as condições obtidas pelos controladores na venda da companhia - quem tem ações preferenciais (PN, sem direito a voto) recebe 70% desse valor. E, para fazer parte do Novo Mercado, é necessário que a empresa tenha apenas papéis ON. "Por ora, é importante aplaudir as empresas que tomaram a iniciativa de aderir ao nível 1. No entanto, se a companhia parar por aí, vai sinalizar a falta de compromisso com a governança corporativa", afirma Audi. No lançamento do Selo, nenhuma das 15 empresas mostrou interesse em aderir agora ao Nível 2. O diretor de Renda Variável da Unibanco Asset Management (UAM), Jorge Simino, diz que a medida é importante por significar um aumento da transparência na divulgação de informações, embora ressalte que ela terá pouco impacto no curto prazo. Ele destaca a obrigação de as empresas demonstrarem o fluxo de caixa trimestralmente. Com isso, os analistas terão um retrato mais fiel da situação econômico-financeira da empresa no curto prazo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.