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Camex rejeita cota para trigo dos EUA e do Canadá

Por Denise Chrispim Marin e BRASÍLIA
Atualização:

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) acatou a posição do Ministério da Agricultura e rejeitou ontem a adoção de uma cota de importação de trigo dos Estados Unidos e do Canadá, com tarifa de importação reduzida de 10% para 0%. A demanda havia sido apresentada pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), sob os argumentos de que haverá déficit de 1 milhão de toneladas do grão até a colheita da próxima safra, em agosto, e de que os moinhos já não podem mais segurar o repasse da elevação do preço da matéria-prima para os produtos finais. A Abitrigo, que também pede ao governo a prorrogação da isenção do PIS/Cofins, calcula que o preço da farinha de trigo está sujeito a um aumento de 38% e o do pão, de 15% a 18%, se as duas medidas não forem acatadas. Ao deixar a reunião da Camex, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, deixou claro que a decisão, eventualmente, poderá mudar. Mas, enfatizou que os estoques são suficientes para o abastecimento do mercado brasileiro até a colheita da safra. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o País dispõe atualmente de 2,25 milhões de toneladas - 715 mil toneladas, nos estoques do governo, e mais 1,5 milhão de toneladas, nas mãos das cooperativas, de produtores e da própria indústria. Como o consumo mensal alcança 800 mil toneladas, A Conab calcula haver grãos para mais de dois meses de abastecimento até a colheita da próxima safra, de 5,6 milhões a 6 milhões de toneladas de trigo. URUGUAI Na reunião de ontem, os ministros da Camex respaldaram a pressão que o Ministério do Desenvolvimento Agrária (MDA) pretende fazer hoje sobre o governo e os exportadores de leite em pó do Uruguai, em favor de um acordo setorial de redução voluntária dos embarques do produto ao Brasil e de definição de preço mínimo. A Camex suspeita que haja dumping nessas importações, e a Receita Federal investiga uma possível triangulação desse comércio - o leite em pó proviria de outros fornecedores, que se favorecem da condição do Uruguai de sócio do Mercosul para escoá-lo ao mercado brasileiro com isenção de tarifa.

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