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Clientes têm mais oferta de crédito

Juros caem e volume de crédito bancário tem alta de 51,96% entre agosto do ano passado e deste ano. Dentre os motivos para o aumento da oferta estão a adesão de lojas ao sistema financeiro e a preocupação dos bancos em conquistar clientes.

Por Agencia Estado
Atualização:

O volume de crédito bancário teve alta de 51,96% entre agosto do ano passado e deste ano. Atualmente, o valor total destinado a esse fim é de R$ 130,8 bilhões, contra os R$ 86,1 bilhões registrados no mesmo mês de 1999. Segundo o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Henrique Pereira Gomes, o volume de crédito aumentou e vai continuar aumentando. No quarto trimestre do ano, o cenário para o aumento da oferta de crédito será favorecido pelo crescimento da demanda no período do Natal, quando as compras costumam aumentar. A expectativa é de crescimento do uso das linhas de crédito pessoal, cheque especial e cartões de crédito. Há várias explicações para o aumento da oferta. O presidente da Acrefi diz que, até pouco tempo atrás, as lojas que realizavam vendas a prazo utilizavam sistemas de descontos próprios, ou seja, elas mesmas bancavam os financiamentos. Agora, há um consenso de que é mais interessante acumular capital para a renovação de seus estoques, fazendo as operações de crédito através de instituições financeiras. "O sistema bancário está preocupado em conquistar clientes. Por isso, os bancos estão querendo reduzir custos para diversas operações, como registros de contratos e taxas administrativas", diz Gomes, que informa também sobre a união da Acrefi com o Banco Central (BC) para estudar maneiras de reduzir esses custos. A retomada das atividades econômicas e o crescimento da economia também são fatores que influenciaram a expansão do setor, em sua avaliação. Outros especialistas acreditam também que, com a constante perda da atratividade dos rendimentos oferecidos pelos títulos públicos federais, os bancos voltaram a expandir suas linhas de crédito ao consumidor, especialmente para a pessoa física. A medida de redução dos depósitos compulsórios tomada pelo BC também estimularia um maior nível de concorrência no mercado de crédito. Perfil do consumidor Para saber o perfil do consumidor que pede os empréstimos, a Acrefi vai fazer um levantamento detalhado da demanda de cada um dos produtos de crédito oferecidos no mercado. Antes, os resultados dos produtos eram englobados numa linha de financiamento única. A partir do segundo semestre, o Banco Central obrigou os bancos a discriminarem os volumes operados com os diferentes produtos de crédito, como leasing, cheque especial e crédito pessoal. "Isso vai permitir uma análise mais detalhada sobre o público atendido por cada uma das modalidades. Por enquanto, supomos que a maioria dos que pedem financiamentos pertencem à classe C", diz Gomes. Taxas O último relatório do BC sobre as taxas médias de juros praticadas no segmento livre de operações de crédito cita que, conforme dados preliminares de agosto de 2000, as taxas atingiram 53,1% ao ano. "O principal destaque positivo do mês de agosto foi a redução dos juros médios cobrados em operações com pessoas físicas, chegando a 71,6% ao ano contra 73,3% ao ano em julho", diz o relatório. Ainda assim, vale o alerta de que essas taxas ainda estão altíssimas. Para o consumidor, vale muito mais a pena poupar e ir aplicando suas economias até ter o dinheiro para pagar à vista. Além de não pagar juros, muitas vezes ainda consegue um desconto significativo.

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