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CNI: queda de horas trabalhadas em dezembro é recorde

Por LEONARDO GOY

A queda de 8% nas horas trabalhadas na indústria, verificada em dezembro na comparação com novembro, é o pior desempenho mensal para este dado desde 2003, quando foi iniciada a atual série histórica dos indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Esses 8% estão fora do padrão da série. São quase quatro vezes maior do que o recorde anterior", disse o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. Antes desta marca, a maior redução porcentual era a de novembro de 2008, com queda de 1,7% nas horas trabalhadas sobre outubro. Castelo Branco também destacou que o conjunto de dados do último trimestre de 2008, comparado com o trimestre anterior, representa o pior desempenho da indústria desde o início da série histórica em 2003. Para evitar que a crise se agrave, o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, defende que o Banco Central dê mais agilidade às suas decisões relativas à taxa básica de juros. Para ele, há espaço, ainda no primeiro semestre, para que a Selic, hoje em 12,75% ao ano, atinja 1 dígito. "O prazo de 45 dias entre uma reunião e outra do Copom (Comitê de Política Monetária) é muito longo", disse Monteiro Neto, defendendo que os encontros voltem a ocorrer a cada 30 dias ou que o BC volte a utilizar o instrumento do viés de baixa. "O BC está dançando em um ritmo diferente do da economia. Precisa ser mais ágil", afirmou Monteiro Neto, que também defendeu a redução do spread bancário (diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos pelos bancos) e que o governo acelere o anúncio do pacote para incentivar a construção civil e a habitação.

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