
Como num efeito dominó nefasto, os ataques cibernéticos causam uma sucessão de perdas às empresas e à economia que, somados, devem chegar a R$ 2,3 trilhões no País em 2024. Isso significa que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia ser 18% maior este ano, caso os ataques tivessem sido evitados, segundo amplo estudo do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), que será divulgado no dia 5, em encontro na Amcham Brasil.
É uma série de efeitos somados. Na numeralha, cada ataque custou R$ 33,5 milhões à economia brasileira, por conta do custo de R$ 1.545 por registro violado. A cada violação, 74 empregos foram eliminados, o que dá um total de 2,5 milhões de vagas cortadas. Cada ataque reduz ainda, em média, em R$ 26 milhões a renda brasileira, com corte na massa salarial total de R$ 839 bilhões.
Além das perdas diretas, os custos incluem interrupções operacionais, despesas com remediação, pagamentos de resgates (em casos de ransomware) e honorários legais. Também há impactos indiretos, como redução da confiança do consumidor e desestruturação de cadeias produtivas.
Pequenas são mais afetadas
O estudo faz um recorte mais profundo sobre as pequenas e médias empresas, cuja estrutura e os investimentos para evitar ciberataques são muito menores - quando existem - e se tornam o principal alvo dos ataques. As pequenas são as mais afetadas, com 60% encerrando atividades até seis meses após o evento, o que gera os efeitos em empregos e renda.
Segundo o estudo, há uma tendência de alta nos ataques, o que poderia gerar perda adicional de até 7% ao longo de cinco anos, saindo de 18% para 19,3% do PIB. Assim, o INCC sugere algumas iniciativas para combater esse cenário.
Algumas envolvem políticas públicas, como incentivos fiscais para investimentos em segurança cibernética, especialmente voltados às pequenas e médias empresas e o estabelecimento de linhas de crédito para modernização tecnológica.
Treinamento e parcerias
Também há iniciativas educacionais, como o desenvolvimento de programas de treinamento para proprietários e equipes de pequenas e médias empresas e campanhas para a promoção de conscientização sobre os riscos cibernéticos.
Há ainda sugestões de estímulos a parcerias estratégicas para que pequenas e médias empresas tenham acesso a tecnologias avançadas por meio de parcerias público-privadas, ou mais colaboração entre empresas e universidades para o desenvolvimento de soluções acessíveis, bem como a criação de seguros mais baratos.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 04/12/2024, às 16:41.
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