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Bastidores do mundo dos negócios

Empresas que pagam dividendos diminuem na B3, mas volume de recursos distribuído pode ser recorde

Nos primeiros sete meses, foram pagos R$ 172 bilhões, com alta de 39% na comparação com o mesmo período de 2023

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Foto do author Altamiro Silva Junior

O ano de 2024 caminha para ser recorde no pagamento de dividendos por empresas da B3, mesmo com menos companhias distribuindo recursos para seus acionistas. Nos primeiros sete meses, foram distribuídos R$ 172 bilhões, crescimento de 39% na comparação com o mesmo período de 2023, mostra um levantamento da Meu Dividendo, startup que antecipa o pagamento de proventos aos acionistas. Já em número de empresas que pagam dividendos, houve queda de 32%, em meio a resultados difíceis.

Historicamente, empresas costumam distribuir mais dividendos na segunda metade do ano. Estatisticamente, 54% do total de proventos são pagos no segundo semestre, o que sinaliza que o recorde de 2024 até agora pode se transformar em marca histórica para todo o ano.

Nos primeiros sete meses, 194 companhias pagaram dividendos. FOTO:WERTHER SANTANA/ESTADÃO  Foto: Werther/Estadão

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Apesar do recorde previsto para 2024, o CEO Meu Dividendo, Wendell Finotti, diz que o número de empresas que distribuíram proventos está menor este ano, por conta da piora dos balanços. Nos primeiros sete meses, 194 companhias realizaram seus pagamentos de proventos na comparação com 286 no mesmo período do ano passado. Ou seja, 92 companhias abertas deixaram de pagar dividendos.

Segundo ele, o ambiente macroeconômico muito incerto tem feito empresas segurarem o caixa, na expectativa por um cenário mais claro. A disparada do dólar, dúvidas sobre os rumos dos juros altos no Brasil e nos Estados Unidos, incertezas sobre as contas fiscais, novas regras da reforma tributária e ainda um momento geopolítico conturbado no mundo.

Entre as empresas que anunciaram movimentos recentes na distribuição de proventos, a Vale vai distribuir R$ 8,9 bilhões na modalidade juros sobre capital próprio (JCP), mesmo com desafios externos, por conta da queda do preço do minério com a desaceleração da China, e internos, com a esperada mudança do presidente. É o equivalente a R$ 2,09 por ação. Mas só terá direito a receber quem estivesse na base acionária da empresa até sexta-feira, 2.

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Já a Raízen terá a distribuição de dividendos adicionais de R$ 103,5 milhões, enquanto a Klabin, de papel e celulose, vai pagar R$ 410 milhões.

Atenções voltadas à Petrobras

Finotti diz ainda que as atenções estão voltadas este mês para a Petrobras, que historicamente anuncia pagamento de proventos em agosto. Por conta da nova gestão e toda a confusão que deu no começo do ano com o anúncio de dividendos adicionais, os investidores estão ansiosos para saberem como se dará a remuneração aos acionistas neste segundo semestre.

A petroleira divulga seu balanço no dia 8. A Petrobras é a maior pagadora de dividendos nos primeiros sete meses de 2024, com R$ 55,6 bilhões. Em seguida aparecem Itaú (R$ 22,4 bilhões), Vale (R$ 12,4 bilhões) e Bradesco (R$ 7,4 bilhões).


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 01/08/2024 16:32:05.

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