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Bastidores do mundo dos negócios

Registro da Inspirali na CVM é primeiro passo para futuro IPO, diz Ânima

Companhia de educação deve revisar estrutura e pode vender prédios

Por Isabela Moya
Daniel Castanho. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O pedido de registro de emissor de valores mobiliários ‘categoria B’ da Inspirali, no último dia 12, junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é o primeiro passo dado pela Ânima em direção a uma futura oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da sua subsidiária focada em educação médica, afirma Daniel Castanho, sócio-fundador e presidente do conselho de administração da companhia. O pedido não permite oferta de ações, mas possibilita à Inspirali acessar o público em geral por meio de emissões de títulos de dívida.

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O passo vem em um momento em que a Ânima está olhando formas de se desalavancar. Para isso, a companhia deve apostar tanto em uma “desalavancagem orgânica” quanto “inorgânica”, disse Castanho ao Estadão/Broadcast. A primeira se daria por meio da revisão de processos para maior eficiência e redução do quadro de funcionários. Já a segunda engloba diversas possibilidades, dentre as quais a venda de prédios da empresa.

“A gente está com um nível de alavancagem que as pessoas consideram alto, mas tomamos dívida quando os juros estavam baixos, e agora não é mais saudável”, justifica o presidente do Conselho da Ânima. A empresa reportou uma alavancagem de 3,9 vezes o Ebitda no primeiro trimestre deste ano, relatando “senso de urgência” para desalavancar sua estrutura de capital.

Castanho cita a compra da Laureate como um dos fatores que pressionaram a companhia. “Até fazer a integração de sistemas tem duplicidade de pessoas, depois que integra gera eficiência maior, com redução do quadro de pessoas e melhora de processos”, diz.

Além disso, a empresa continua olhando o mercado. “A área de M&A está ativa porque M&A não acontece do dia pra noite, leva cerca de seis meses. E eu acredito que teremos algum evento que propicie a desalavancagem no segundo semestre, por exemplo abrir capital [da Inspirali]”, declara o executivo.

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Novo governo

A avaliação de Castanho sobre o cenário político segue a mesma linha de outros players do setor de educação privada, que ainda estão à espera de novidades por parte do novo governo. “Temos um Ministro da Educação (Camilo Santana) que, por seu histórico, tem um olhar forte para educação, além de um Ministro da Fazenda (Fernando Haddad) e presidente do BNDES (Aloizio Mercadante) que foram do MEC. Na teoria, educação deveria ser prioridade absoluta”, declara. “Acredito que ainda estão discutindo, ainda não vi nada de efetivo, mas as expectativas são altas.”

Novo Fies e Prouni

O sócio-fundador da Ânima avalia ainda alguns erros no Fies, os quais ele espera que não se repitam: o financiamento de uma grande quantidade de estudantes e a adesão de muitas instituições que não são “de qualidade”, em suas palavras. Para ele, é preciso aumentar os critérios tanto do lado dos alunos, quanto das instituições conveniadas. “Tem que ser aluno bom e que precisa estudando em instituições boas, com Índice Geral de Cursos (IGC) a partir de 4, não qualquer instituição”, opina.

Em linha com o setor, ele menciona ainda incentivos, como taxas diferenciadas, para carreiras consideradas mais relevantes, citando áreas da tecnologia e pedagogia, por exemplo.

Já em relação ao ProUni, ele parabeniza o programa: “uma maneira muito mais barata e eficaz do governo oferecer vagas [em comparação às universidades públicos], é um dos melhores planos e de maior sucesso do governo”. Ele acrescenta que acredita que os estudantes deveriam poder usar o FGTS para pagar as mensalidades. “É muito mais lógico. O que você faz quando é demitido? Se capacita.”

Nem EAD, nem presencial

Para Castanho, não foram nem o ensino à distância (EAD) e nem o presencial que venceu a pandemia, mas o ensino híbrido. “O ensino vai se tornar algo híbrido, integrado, a escolha vai ser a critério do aluno. Mas todos os nossos cursos têm algum grau de presencialidade e de uso de tecnologia”, finaliza.

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