O Grupo Lufthansa estuda retomar a rota São Paulo-Munique, que foi extinta em março de 2020, no início da pandemia de covid-19. O objetivo da companhia é aproveitar a alta demanda do mercado brasileiro para recuperar a capacidade perdida durante a crise sanitária.
A Lufthansa ainda não marcou a data para o retorno da rota, mas o vice-presidente sênior de Mercados Globais da companhia, Frank Naeve, demonstrou pressa na concretização do plano. “Faremos isso o mais rápido possível, porque seria um passo importante para o desenvolvimento da nossa atuação no mercado brasileiro”, disse o executivo, em entrevista exclusiva ao Broadcast.
Segundo Naeve, o mercado aéreo global está desequilibrado, com a demanda reprimida por causa do atraso na entrega de novas aeronaves. A Lufthansa, segundo o executivo, está em busca da normalização das atividades. “Se conseguirmos atingir, nos próximos anos, a quantidade [de passageiros] que tínhamos antes da pandemia, estaremos bem perto de atender plenamente às necessidades do mercado.”
Empresa voa do Brasil para Frankfurt e Zurique
Atualmente, o Grupo Lufthansa oferece voos diários de São Paulo para Frankfurt e Zurique. A partir do Rio de Janeiro, são seis viagens semanais para Frankfurt, o dobro do volume do ano passado. No Brasil, a companhia opera voos da Lufthansa, da Swiss e da Edelweiss, e mantém parcerias para transportar passageiros de mais dez cidades.
A retomada dos voos no pós-pandemia foi rápida, a partir do momento em que as restrições de viagens foram sendo derrubadas, segundo Naeve. “O que nos pegou de surpresa, para ser honesto, e foi positivo do ponto de vista financeiro.” A Lufthansa teve lucro líquido de 1,19 bilhão de euros no terceiro trimestre de 2023, alta de 47% na comparação anual.
O Ebit ajustado – métrica preferida pela companhia aérea alemã – avançou para 1,47 bilhão de euros no trimestre, de 1,12 bilhão de euros um ano antes. A receita teve expansão de 8% na mesma comparação, para 10,28 bilhões de euros.
Demanda está reprimida por causa de atrasos da indústria
Do lado operacional, no entanto, o executivo reconheceu que ainda há demanda reprimida, por causa dos atrasos da indústria. Até o fim da década, o grupo planeja investir 2,5 bilhões de euros por ano na renovação e ampliação da frota.
Além de aumentar a capacidade e a eficiência da operação, a aquisição de aeronaves tem o objetivo também de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, já que os novos modelos têm menor impacto ambiental.
Outra aposta da companhia no campo da sustentabilidade são as tarifas verdes, que propõem a compensação total das emissões individuais de dióxido de carbono com a utilização de combustível sustentável de aviação (SAF) e a contribuição para projetos de proteção climática.
Em fevereiro de 2023, as tarifas verdes foram lançadas na Europa e no Norte de África, com alta procura dos passageiros. Até o fim do ano passado, cerca de 500 mil clientes do grupo já adquiriram passagens sustentáveis. No fim de novembro, São Paulo passou a ser um dos 12 destinos em que as tarifas verdes são testadas.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/01/24, às 08h24
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