A empreiteira, que busca melhorar sua saúde financeira após o baque com a Lava Jato, é controladora da petroquímica e negocia, no momento, sua venda para a holandesa LyondellBasell. No modelo das fabricantes de celulose, os acionistas da Fibria receberão, pela sua participação, uma parte em ações da nova companhia e outra em dinheiro. A queixa é que esse formato não provê a opção da venda - ou não - aos minoritários, como ocorre, por exemplo, em uma oferta pública de aquisição (OPA).
Foi exposta, ainda, a preocupação desses acionistas de que a transação poderia criar precedentes para operações futuras. No que diz respeito à negociação da Braskem, por exemplo, o questionamento que vem à tona é que, caso a Odebrecht decida vender sua fatia na petroquímica abaixo de um preço considerado justo, por conta de uma eventual necessidade de caixa, a utilização dessa estrutura de venda tiraria todo o poder decisório dos minoritários da empresa.
Pari passu. Depois de reclamações de minoritários, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deliberou sobre o caso das empresas de celulose e afirmou que não há irregularidade no formato proposto. No colegiado do regulador houve, contudo, um voto contrário, proferido pelo diretor Gustavo Borba.
O entendimento dele foi de que a operação deveria ser considerada irregular, visto que a estrutura da mesma exclui o acionista minoritário da operação. Em relação à criação de precedentes para operações futuras, a manifestação da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), da CVM, afirmou que a análise deve ser feita caso a caso e considerando também "eventuais indícios de adoção de modelos que visem exclusivamente à não realização de oferta de pública por alienação de controle".
Em frente. Com o aval da CVM, os acionistas de Suzano e Fibria aprovaram a operação ontem, dia 13, em assembleias. Minoritários votaram contra o negócio.
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