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A próxima captação de títulos soberanos sustentáveis do Tesouro Nacional deve ocorrer a partir de maio do ano que vem, conforme fontes próximas ao processo ouvidas pelo Broadcast. A primeira emissão desse tipo pelo Brasil foi feita no dia 13 e considerada um sucesso pela equipe econômica, já que as taxas obtidas com a operação ficaram muito próximas das alcançadas por países com grau de investimento.
O próximo passo é realizar nova reunião do comitê de finanças sustentáveis, um grupo interministerial, para encontrar as despesas elegíveis para o relatório de alocação. É nesse momento que os projetos serão selecionados de acordo com os parâmetros apresentados pelo governo antes da colocação externa. A expectativa é a de que o encontro seja feito logo no início do ano que vem.
Depois desta fase, será possível dar encaminhamento a uma nova emissão. O “sonho de consumo” do Tesouro é ter um segundo documento com a composição de uma futura captação até março, ou seja, ter de novo um relatório de pré-alocação assim como foi feito na primeira edição. Todos os textos precisam receber o parecer de uma opinião externa, chamada de “Second Party Opinion Provider”, e que segue padrões internacionais.
Norte-americanos e europeus são os que mais buscam papéis ESG
Tudo sendo realizado até abril, ou no máximo maio, o governo abre caminho para uma nova emissão no formato ligado a padrões ambientais, sociais e de governança, conhecidos pela sigla em inglês ESG, tipo que vem sendo muito procurado por investidores principalmente da Europa e Estados Unidos. Na primeira rodada brasileira, essas regiões foram responsáveis por 75% das compras dos títulos.
Nos relatórios de impacto que o governo se comprometeu a fazer, será preciso dizer exatamente para onde destinou os recursos obtidos com a operação. Apesar do sucesso da estreia, a equipe econômica tem ciência de que o “jogo está apenas começando”, já que a transparência e a confirmação das propostas feitas antes e durante a primeira emissão servem de credibilidade para as próximas.
Por isso, a intenção é repetir a confecção de um relatório pré-alocação a cada nova captação, dando ao investidor um mapa básico sobre onde os recursos serão alocados. Esse “roteiro” é importante para que o interessado veja se os papéis domésticos estão alinhados com seu objetivo de portfólio. “O que o Brasil fez é raro. Lançamos uma âncora nova e pretendemos continuar a fazer isso sempre, às vésperas de cada emissão”, disse uma fonte.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/11/23, às 11h22
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