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Notícias do mundo do agronegócio

Cooperativa Cresol quer ofertar 60% mais crédito em 2022/2023

Previsão é chegar a R$ 10 bilhões, acima dos R$ 6,2 bilhões do ciclo atual

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Por Clarice Couto , Augusto Decker e Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

A Cresol, cooperativa de crédito com 720 mil associados, pretende turbinar a oferta de recursos para financiamento da safra 2022/23, que começa em julho. A previsão é chegar a R$ 10 bilhões, 60% acima dos R$ 6,2 bilhões no ciclo atual, diz Adriano Michelon, diretor-superintendente. Para tanto, já solicitou ao BNDES o repasse de R$ 4,8 bilhões para custeio, mais que o dobro dos R$ 2 bilhões de 2021/22. Mais R$ 800 milhões para o mesmo fim virão de outras fontes e R$ 4,4 bilhões vão para linhas de investimento. “Estamos negociando com o Ministério da Agricultura ampliar o montante para equalizar taxas de juros de linhas do BNDES. Com as quebras de safra, o produtor está menos líquido, precisará mais da cooperativa”, diz.

Expansão física dentro e fora da região Sul

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A Cresol tem expandido sua presença para além do Sul, região que concentra 70% das operações. Em 2022, serão 70 novas agências, sendo metade em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a cooperativa está há dois anos, Rondônia, Minas Gerais e São Paulo. Hoje são 699 agências em 17 Estados.

Cooperativismo valorizado facilita captação

Mais agências ajudarão a cooperativa a levantar montante maior de recursos em momento de custos de produção e juros em alta. As captações de poupança da Cresol têm crescido cerca de 40% ao ano. Na safra 2021/22, dos R$ 6,2 bilhões cerca de R$ 2 bilhões foram recursos próprios da instituição.

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A Cresol quer atingir 70 novas agências neste ano, metade em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas e São Paulo Foto: Cresol

Vento em popa

Fusões e aquisições no agronegócio aumentaram 83% no primeiro trimestre ante os três primeiros meses do ano passado, revela levantamento da consultoria KPMG. De janeiro a março, 33 transações foram reportadas no País, ante 18 de igual período de 2021. Em todo o ano passado foram fechados 57 negócios. O movimento foi puxado por empresas de tecnologia voltadas ao agro, que representaram 21 do total de transações dos três primeiros meses de 2022.

Apetite

Os setores de fertilizantes, alimentos e bebidas e açúcar e etanol também aqueceram as fusões e aquisições. Luís Motta, sócio líder de Fusões e Aquisições da KPMG, diz que o número de transações é o maior reportado desde 2020. “Demonstra o interesse e as expectativas de retorno dos investidores financeiros e estratégicos no agronegócio brasileiro.” 

Aprovado

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O Banco Inter vem tomando gosto pelo agronegócio, conta Marco Túlio Guimarães, vice-presidente de Produtos Bancários. Os empréstimos ao setor começaram na safra 2020/21, com recursos para custeio vindos de depósitos à vista e caixa próprio. Ao fim do primeiro trimestre, a carteira rural do Inter era de R$ 783,3 milhões, modesta perto dos R$ 251 bilhões do Plano Safra atual, mas 249% maior do que um ano antes. “Gostamos do que temos visto, inadimplência muito baixa”, diz Guimarães.

Ambição

O executivo evita dizer quanto crescerá em 2022, mas fala em avanço “substancial”, considerando o aumento dos depósitos à vista, dos quais tem de destinar 25% ao setor. “Queremos ter de 4% a 5% do crédito rural nos próximos anos”, afirma. O Inter solicitou ao governo recursos para operar linhas com taxas subsidiadas, contratou uma equipe focada em agro e começará a buscar clientes no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além dos atuais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 

Investe

O setor sucroenergético lidera emissões de debêntures de infraestrutura – títulos com benefícios tributários cujos recursos são usados em obras de infraestrutura e inovação. Levantamento da Alvarez & Marsal registrou mais de 20 operações no último ano, maior número entre os setores avaliados, com valor médio de R$ 270 milhões. “Os resultados favoráveis do setor com a alta das commodities aumentaram o apetite dos investidores”, diz Jonatas Couri, diretor sênior Agribusiness da consultoria.

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Otimismo nos negócios na Bahia Farm Show

Bancos não escondiam na semana passada o otimismo com a Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA). O Banco do Brasil prevê 60% mais propostas de financiamentos ante 2019 (última edição presencial), a até R$ 500 milhões. O Bradesco estima crescer até 40% e superar os R$ 500 milhões. Já o Santander projeta triplicar os negócios, a até R$ 450 milhões.

Mercado segue de olho nas exportações da Ucrânia

O mercado observará as projeções para produção e exportação de grãos no Mar Negro que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na sexta-feira, 10. A Ucrânia está no foco. Em dificuldades por causa da guerra, o país tem reservas de safras anteriores ainda não embarcadas.

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