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Bolsa sobe aos 126,2 mil pontos e bate novo recorde de fechamento pela 2ª vez consecutiva

Resultado veio sem o apoio do exterior, com índices de Nova York e Londres fechados por conta de feriados locais; ganhos dos papéis dos setores de mineração e energia ajudaram

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Por Redação
Atualização:

A Bolsa brasileira (B3) bateu um novo recorde histórico de fechamento pela segunda vez consecutiva nesta segunda-feira, 31, após encerrar em alta de 0,52%, aos 126.215,73 pontos. O bom desempenho do mercado brasileiro se deu hoje sem o apoio do exterior, com os mercados de Nova York e Londres fechados por conta de feriados locais. O resultado foi sustentado hoje pelo ganho das ações da Vale e pela diminuição da alta do dólar, que avançou 0,25%, cotado a R$ 5,2249.

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Com o mesmo número do fechamento, a Bolsa também atingiu o maior valor intradia, ou seja, para uma cotação. Na última sexta-feira, 28, o Ibovespa bateu um recorde de fechamento alcançado em janeiro, quando encerrou o pregão aos 125,5 mil pontos. Com isso, ele acumula alta de 6,16% em maio, maior ganho mensal desde dezembro de 2020, quando subiu 9,30%. Além disso, este é também o terceiro mês consecutivo em que o principal índice da B3 fecha em alta. No ano, o índice sobe agora 6,05%.

Chamou atenção nesta segunda os ganhos das mineradoras, com Vale ON em alta de 2,86% e Usiminas, de 1,33%, apoiados pelo avanço de 4% do minério de ferro na China, que reaproximou a tonelada da linha de US$ 200. Além disso, o resultado também foi sustentado pela alta do setor de energia, que tem se valorizado na esteira da crise hídrica que assola o País - um movimento que favorece as operadoras de termelétricas. Com isso, Cosan subiu 6,61% e Eneva teve alta de 4,59%.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Entre outros destaques, Santander subiu 1%, enquanto Petrobrás ON e PN recuaram 0,22% e 0,44% cada, apesar do bom desempenho dos contratos de petróleo no exterior. "A reunião da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], que acontece entre hoje e amanhã, pode trazer mais novidades sobre níveis de oferta e demanda do produto", observa Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

No quadro macro, "melhores perspectivas de crescimento econômico, a melhora nos números fiscais e alguns avanços nas discussões das reformas contribuem para cenário favorável, inclusive para o fortalecimento do real frente ao dólar, que acumulou valorização de 3,8% (em maio), com o câmbio a R$ 5,22", acrescenta a analista.

De acordo com dados divulgados hoje pela B3, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,781 bilhão na última quinta-feira, 26, quando o Ibovespa fechou em alta de 0,30%, aos 124.366,57 pontos, e giro financeiro reforçado a R$ 51,4 bilhões. Em maio, as entradas de recursos externos somam R$ 10,845 bilhões até o dia 26, elevando o fluxo positivo a R$ 30,025 bilhões em 2021.

Em nota, os analistas Heloise Sanchez e Régis Chinchila, da Terra Investimentos, também chamam atenção para desdobramentos recentes, positivos para a perspectiva doméstica. “Os investidores seguem de olho em Paulo Guedes e Roberto Campos Neto. O ministro disse que a dívida pública brasileira fechará o ano perto de 85% do PIB, no mesmo evento em que Bolsonaro afirmou que o governo está comprometido com as reformas”, observam. No começo do ano, as projeções eram de que a dívida poderia atingir até 100% do PIB.

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"O posicionamento dos BCs ao redor do mundo, de que os estímulos devem continuar, ajuda a manter os níveis recordes das Bolsas. Acreditamos que o discurso deve permanecer nesse sentido por ora, dado que choques inflacionários temporários já estão nos modelos", aponta Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. Ela destaca também, amanhã, a divulgação do PIB do Brasil no primeiro trimestre como importante fator de orientação para o mercado, que vinha melhorando as estimativas para o período assim como para o ano.

Com a renovação das máximas intradia e de fechamento nestas duas últimas sessões, o Ibovespa precisará superar resistência imediata aos 126.250 pontos para buscar objetivos seguintes aos 128.290 e 131.580 pontos, aponta o analista gráfico Igor Graminhani, da Genial Investimentos. No primeiro fechamento de maio, no dia 3, o índice da B3 estava em 119.209,48 pontos, vindo de 118.893,84 no último de abril.

Câmbio

O dólar caiu 3,81% em maio, a maior baixa mensal desde novembro do ano passado. É o segundo mês consecutivo de perdas da moeda americana ante o real, ajudado pela melhora observada na situação fiscal do Brasil e a alta de juros pelo Banco Central. Tudo isso em um ambiente de dólar fraco no mercado internacional, em meio a indicadores mistos da economia americana e reforço do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que a inflação é transitória.

Esse ambiente levou a um desmonte importante de posições contra o real no mercado futuro da B3. Só os estrangeiros reduziram suas apostas compradas em dólar, que ganham com a valorização da moeda americana, em US$ 7,4 bilhões este mês. Hoje, a divulgação do superávit primário de R$ 24,2 bilhões em abril, acima do esperado e recorde para o mês da série histórica do Banco Central, ajudou no recuo da moeda americana. Hoje, o dólar para julho fechou em baixa de 0,16%, a R$ 5,2315.

A movimentação técnica dos investidores mostra contínuo desmonte de posições contra o real. Em Chicago, fundos também elevaram, pela terceira semana seguida, posições compradas em contratos futuros de real, que ganham com a valorização da moeda brasileira.

“A aceleração do crescimento do PIB, combinado com inflação mais alta, vem estimulando a arrecadação este ano”, comentam os economistas do JP Morgan, Cassiana Fernandez, Cristiano Souza e Vinicius Moreira, em relatório. /LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO.

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