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Desoneração da folha: MP que reduz benefício de forma gradativa em 5 anos é alternativa em estudo

Redução do benefício ao longo do tempo seria uma saída para a manutenção do veto do presidente Lula ao projeto aprovado pelo Congresso que estendeu a desoneração da folha até 2027

Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Anna Carolina Papp
Por Adriana Fernandes e Anna Carolina Papp
Atualização:

BRASÍLIA - A edição de uma Medida Provisória (MP) com a redução gradual da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia ao longo dos próximos cinco anos é uma das alternativas que está sendo colocada na mesa de negociação entre o governo e o Congresso.

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A redução do benefício de forma gradativa ao longo do tempo, segundo apurou o Estadão, seria uma saída para a manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto aprovado pelo Congresso que estendeu a desoneração da folha até 2027 e incluiu desconto na contribuição previdenciária de prefeituras com até 142 mil habitantes.

Procurado sobre a proposta em estudo, o Ministério da Fazenda não quis comentar.

A ação de Lula repercutiu negativamente no Congresso, e senadores e deputados ameaçam derrubar o veto presidencial. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O governo considera que a extensão da desoneração proposta é inconstitucional. A ação de Lula repercutiu negativamente no Congresso, e senadores e deputados ameaçam derrubar o veto presidencial. Treze frentes parlamentares se uniram em um manifesto para defender a derrubada, em documento entregue aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas. O benefício, porém, perde a validade no fim deste ano.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo iria encaminhar ao Congresso uma alternativa após as votações desta semana. “Depois das votações vem a desoneração. Já está submetido ao presidente, ele aprovou a maneira como estamos conduzindo as coisas. Não tratamos com os líderes do assunto. O compromisso nosso, desde o começo eu falei: aprovada a reforma tributária, vamos resolver esse problema”, disse.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, repetiu que a alternativa será construída em diálogo com setores e com o Congresso, e voltou a defender que o Parlamento não derrube o veto do presidente. “Não vale a pena recuperar proposta com questionamento constitucional”, afirmou.

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Veja quais são os setores que contam com a desoneração da folha:

  • Confecção e vestuário;
  • Calçados;
  • Construção civil;
  • Call center;
  • Comunicação;
  • Empresas de construção e obras de infraestrutura;
  • Couro;
  • Fabricação de veículos e carroçarias;
  • Máquinas e equipamentos;
  • Proteína animal;
  • Têxtil;
  • TI (tecnologia da informação);
  • TIC (tecnologia de comunicação);
  • Projeto de circuitos integrados;
  • Transporte metroferroviário de passageiros;
  • Transporte rodoviário coletivo;
  • Transporte rodoviário de cargas.
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