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Dilma descarta dinheiro para Varig, Lula desconversa

Dilma antecipou que "não há uma solução fácil" para os problemas da empresa, que está com dívidas de R$ 7 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou na tarde de hoje que será "sempre favorável" a qualquer solução governamental para a crise da Varig que não implique gasto de dinheiro público. Ao sair do Palácio do Itamaraty, após o almoço oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidente do Chile, Michele Bachelet, a ministra confirmou, em rápida conversa com jornalistas, que a situação da Varig está sendo examinada pelo governo e antecipou que "não há uma solução fácil" para os problemas da empresa, que está com dívidas de R$ 7 bilhões. "Estamos em avaliação dos dados em relação à empresa. Como não se trata de uma empresa estatal, o governo depende desse acesso aos dados", disse Dilma Rousseff. Ela enfatizou que o ministro da Defesa, Waldir Pires, é o responsável pela condução das discussões em busca de uma solução para a crise na Varig. A expectativa do governo, segundo a ministra, é a de concluir a avaliação nesta semana. Por fim, Dilma informou que a Casa Civil ainda não recebeu uma proposta dos empregados da Varig. Lula é evasivo Já o presidente Lula, quando saía, na tarde de hoje, do Palácio do Itamaraty, evitou falar sobre a possibilidade de ajuda do governo na busca de uma solução para a crise da Varig. A uma primeira pergunta sobre o assunto, Lula respondeu: "Você tem que perguntar para a direção da Varig". O presidente continuou andando, mas parou ao ouvir uma segunda pergunta: "Presidente, vai ter dinheiro para a Varig?" Lula balançou a cabeça negativamente, mas sem deixar clara sua posição, e continuou andando para o estacionamento oficial do Itamaraty. Sem solução Na manhã de hoje, Pires já tinha antecipado que a reunião na Casa Civil, sobre a situação financeira da Varig, realizada ontem, não foi conclusiva. "Ainda estamos ouvindo todos e a grande discussão é ver se há condições legais de ajudar a empresa", afirmou Pires. Segundo ele, o governo continua empenhado em buscar uma solução "que atenda a toda sociedade, e que seja dentro da lei". Proposta vetada Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vetou a proposta apresentada pela companhia aérea OceanAir de usar linhas da Varig. Segundo a agência, a operação foi rejeitada por razões "técnicas e jurídicas", mas os detalhes não foram divulgados. A situação da Varig fica ainda mais complicada sem a parceria. O acordo previa que a OceanAir, do empresário German Efromovich, assumiria linhas da Varig pelo prazo de seis meses. Durante esse período, a OceanAir pagaria as contas da Varig, excluindo as dívidas antigas. Seria uma maneira de aliviar a pressão financeira sobre a empresa e ganhar tempo. Ao final do período, a Ocean Air ficaria com pelo menos 10% dos horários e espaços - slots - da Varig nos aeroportos.

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