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Em dia sem NY, Dubai gera aversão a risco e Ibovespa cai

Por Paula Laier
Atualização:

As blue chips Petrobras e Vale e os papéis de bancos derrubaram o principal índice do mercado acionário brasileiro nesta quinta-feira, após problemas envolvendo um importante conglomerado em Dubai estressarem investidores. A ausência de operações em Wall Street, em razão do feriado pelo Dia de Ação de Graças, reduziu o volume na bolsa local. No fechamento, o Ibovespa registrou queda de 2,25 por cento, a 66.391 pontos. O volume financeiro da sessão totalizou 3,87 bilhões de reais. Na noite de quarta-feira, o governo de Dubai informou que pediria aos credores das empresas Dubai World e Nakheel que concordassem com o adiamento do pagamento de bilhões de dólares em dívidas das duas companhias, uma vez que estava reestruturando o grupo Dubai World. A notícia reavivou as preocupações com o setor financeiro, derrubando ações de bancos na Europa --por temor de exposição aos bônus em Dubai--, o que contagiou os papéis de instituições no Brasil. Entre elas, destaque para a preferencial de Itaú Unibanco, que caiu 3,27 por cento, a 37,52 reais. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou em baixa de 3,2 por cento, no menor nível de fechamento em três semanas. A aversão a risco que se instaurou no ambiente internacional fortaleceu o dólar frente a várias divisas, com o euro chegando a cair abaixo de 1,50 dólar, o que debilitou as commodities negociadas na Europa e afetou negativamente as principais ações do Ibovespa. Petrobras encerrou em baixa de 2,53 por cento, a 38,45 reais, enquanto Vale cedeu 2,05 por cento, a 42,48 reais. Vale ponderar, contudo, que o Ibovespa atingira na véspera a máxima em 17 meses, após uma sequência de três altas, com ganho de 2,4 por cento nesse período. Alguns investidores aproveitaram a notícia de Dubai para realizar lucros. Na visão de Humberto Guidi, operador autônomo e analista gráfico na corretora Magliano, em São Paulo, a reação às notícias de Dubai representa um alerta de curto prazo, mas não chega a afetar a tendência de alta da bolsa brasileira. "O Ibovespa está bastante valorizado e todo mundo está de sobreaviso constante para não perder rendimento logo no final de ano. Não é algo muito 'vendável' para a indústria de fundos", lembrou o profissional. No ano, o índice brasileiro já acumula ganho de 77 por cento. Entre as poucas altas, as ações ordinárias da Eletrobrás subiram 2,44 por cento, a 29,40 reais, em meio a rumores sobre pagamento de dividendos. A preferencial valorizou-se 0,59 por cento, a 25,40 reais. Fora do índice, Banco Panamericano caiu 6,45 por cento, a 8,70 reais, após confirmar que mantém conversações para venda de cerca de 35 por cento de seu capital para a CaixaPar, braço de participações da Caixa Econômica Federal.

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