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GM volta atrás e suspende as mais de 1,2 mil demissões anunciadas nas 3 fábricas de São Paulo

Empresa anunciou o corte em 21 de outubro, alegando queda de vendas e exportações; trabalhadores decretaram greve e, nas duas últimas semanas, a produção ficou parada

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Por Cleide Silva
Atualização:

A General Motors comunicou neste sábado, 4, que cancelou as 1.245 demissões nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, todas no Estado de São Paulo. O anúncio feito aos três sindicatos de metalúrgicos que representam os trabalhadores nessas cidades ocorre um dia após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter rejeitado o pedido de liminar da montadora para que as demissões fossem mantidas.

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Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Valmir Mariano, a empresa afirmou que vai realizar uma reunião, na tarde de segunda-feira, 6, com as três entidades sindicais e que está realizando trâmites internos para o cancelamento das demissões.

“A retomada dos empregos é uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das três cidades. Foram 13 dias de greve e muita união em defesa dos empregos”, diz Mariano, que já convocou para hoje um churrasco em frente aos portões da empresa para comemorar a suspensão dos cortes anunciados em 21 de outubro.

A produção das três plantas ficou totalmente paralisada nesses 13 dias. O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região já havia determinado, no dia 31 de outubro, a reintegração dos funcionários de São José dos Campos e que as demissões não ocorressem sem negociação prévia. A GM, contudo, entrou com pedido de liminar para manter os cortes. A Justiça do Trabalho também tinha determinado, no dia 1º, o cancelamento das demissões nas fábricas de São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.

Durante a semana, metalúrgicos de São José dos Campos realizaram protestos contra os cortes Foto: SMJC/Divulgação

Ao todo, a GM havia demitido, por telegramas ou e-mails, 1.245 funcionários, sendo 839 em São José dos Campos e 300 em São Caetano - onde são produzidos veículos -, além de 105 em Mogi das Cruzes, fábrica voltada à produção de componentes.

Na ocasião, a GM alegou necessidade de adequar seu quadro de funcionários em razão da queda nas vendas e nas exportações. O grupo emprega aproximadamente 12 mil pessoas nas três plantas. Também tem mais duas fábricas, uma de carros em Gravataí (RS) e uma de motores em Joinville (SC), onde não ocorreram demissões.

Acordo para seguir investindo no País

Em nota, a GM informa que rescindiu contratos de trabalho de parte dos empregados das três fábricas após ter adotado várias alternativas em cada fábrica, como lay-off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário (PDV), essa não aprovada nas fábricas, sem a proposição de qualquer alternativa.

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Segundo a fabricante, os Tribunais Regionais do Trabalho decidiram pelas reintegrações dos empregados, cujo cumprimento vem sendo implementado pela empresa desde o recebimento das ordens judiciais.

“Seguiremos comprometidos com o diálogo e com a transparência para que possamos chegar a um rápido acordo, que seja justo e que nos permita seguir produzindo e investindo no País”, finaliza a nota.



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