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IBGE: 8 municípios detinham quase 25% do PIB em 2019; São Paulo era responsável por mais de 10%

Os 100 municípios mais ricos somavam 55,2% do PIB do Brasil em 2019, enquanto os 1.345 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO – A riqueza permanecia concentrada no País no pré-pandemia. Em 2019, oito municípios detinham cerca de um quarto (24,8%) da economia brasileira, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com 10,3% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,8%), Brasília (3,7%), Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,3%), Manaus (1,1%), Porto Alegre (1,1%) e Osasco (SP, com 1,1%). Juntos, esses municípios representavam 14,7% da população brasileira.

Avenida Berrini, em São Paulo; a capital paulista concentrou10,3% do PIB brasileiro gerado em 2019,de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Quando somados os 70 municípios brasileiros mais ricos em 2019, chegava-se praticamente à metade (49,8%) do PIB nacional. Ou seja, pouco mais de 1% dos 5.570 municípios brasileiros gerava 50% da riqueza do País.

Os 100 municípios mais ricos somavam 55,2% do PIB do Brasil em 2019. Por outro lado, os 1.345 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional. Se consideradas as concentrações urbanas, regiões com mais de 100 mil habitantes que reúnem uma ou mais cidades com alto grau de integração, apenas duas delas detinham, juntas, um quarto do PIB brasileiro: São Paulo (17%) e Rio de Janeiro (7,9%).

Em 2019, 31,4% do PIB nacional eram gerados pelas capitais, a menor participação da série histórica iniciada em 2002, quando essa fatia era de 36,1%.

Aumento na participação do PIB

Na passagem de 2018 para 2019, os municípios que mais ganharam participação no PIB brasileiro foram São Paulo (SP), Maricá (RJ), Saquarema (RJ), Parauapebas (PA), Brasília (DF) e São José dos Pinhais (PR), com aumento de 0,1 ponto porcentual cada um.

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Em São Paulo (SP), o ganho foi puxado pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.

Maricá, no Rio de Janeiro;economida da cidade foi impulsionada pela extração de petróleo, atividade beneficiada pelo aumento dos preços internacionais da commodity em 2019 Foto: Wilton Junior / Estadão

Em Maricá (RJ) e Saquarema (RJ), a maior participação foi impulsionada pela extração de petróleo, atividade beneficiada pelo aumento dos preços internacionais da commodity em 2019, enquanto Parauapebas (PA) foi alavancada pela extração de minério de ferro. 

Em Brasília (DF), o ganho foi decorrente, principalmente, das atividades de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em São José dos Pinhais (PR), o destaque foi a fabricação de automóveis.

Na direção oposta, as maiores quedas de participação no PIB nacional ocorreram nos municípios do Rio de Janeiro (RJ), redução de 0,4 ponto porcentual, seguido de Vitória (ES), Campos dos Goytacazes (RJ) e Ouro Preto (MG), com decréscimo de 0,1 ponto porcentual cada um. No Rio de Janeiro (RJ), a perda foi puxada pela indústria de transformação, especialmente a metalúrgica.

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Dependência da administração pública

A pesquisa do IGBE aponta que nos estados de Acre, Roraima, Amapá, Piauí e Paraíba, o porcentual de municípios dependentes da administração pública superou 90%. Por outro lado, o estado de São Paulo teve apenas 9,9% dos municípios com a economia dependente da administração pública.

Em 2019, cerca de um quarto do valor adicionado bruto da agropecuária teve origem em 149 municípios, sendo que 96 deles estavam no Sul e no Centro-Oeste, sustentados pela produção de soja e cana-de-açúcar. O estado de Mato Grosso teve o maior porcentual de municípios dependentes a agricultura (39,7%), seguido pelo Rio Grande do Sul (33,6%).

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Dos 241 municípios que tinham a indústria de transformação como atividade principal em 2019, 197 estavam nas regiões Sudeste e Sul.

Cidade capixaba teve maior PIB per capita

Em 2019, os dez municípios com os maiores PIB per capita somavam 1,5% do PIB nacional e 0,2% da população brasileira. O município de Presidente Kennedy (ES) registrou o maior PIB per capita do País naquele ano: R$ 464.883,49, puxado pela extração de petróleo. No mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 35.161,70. 

No segundo lugar do ranking de maior PIB per capita ficou Ilhabela, em São Paulo, com R$ 428.020,22, com destaque também para a atividade de extração de petróleo. Em terceiro, Selvíria, em Mato Grosso do Sul, com R$ 353.522,30, devido à geração de energia elétrica.

Os demais destaques foram: Paulínia (SP), com R$ 341.552,82; Louveira (SP), com R$ 328.612,49; São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com R$ 313.035,00; Sales Oliveira (SP), R$ 308.567,36; Canaã dos Carajás (PA), R$ 288.812,06; Iracemápolis (SP), R$ 286.384,27; e Triunfo (RS), R$ 283.449,62.

“A maioria desses municípios tem uma grande indústria que concentra grande valor, mas não necessariamente isso se distribui entre a população. É só uma média per capita”, explicou Luiz Antonio de Sá, analista do IBGE. “Não há distribuição de renda.”

Densidade econômica

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A densidade econômica no País, que mede a produção de riqueza pela área, foi de R$ 870 mil por quilômetro quadrado em 2019, sendo que os seis municípios com as maiores densidades econômicas estavam na concentração urbana de São Paulo (SP). 

Osasco (SP) gerou o maior valor por quilômetro quadrado, R$ 1,261 bilhão, seguido por São Caetano do Sul (SP), com R$ 894,002 milhões por quilômetro quadrado, e Barueri (SP), com R$ 803,953 milhões por quilômetro quadrado. Em quarto lugar no ranking, o município de São Paulo rendeu R$ 502,137 milhões por quilômetro quadrado.

Na concentração urbana de São Paulo (SP), o quilômetro quadrado produziu R$ 175,241 milhões, enquanto a concentração urbana do Rio de Janeiro (RJ), gerou R$ 96,884 milhões.

Na Amazônia Legal, por ser uma região com extensas áreas de baixa ocupação populacional, foram gerados R$ 129 mil por quilômetro quadrado.