O comportamento dos preços ao consumidor na primeira quadrissemana de maio - período de 30 dias encerrado no último dia 7 - resultou numa "boa surpresa", disse hoje o coordenador da Pesquisa de Preços da Fipe, Heron do Carmo. De acordo com ele, os preços livres fecharam o período em queda quase que generalizada, enquanto que os preços administrados caíram ou mantiveram-se estáveis. Dos sete grupos de produtos que compõem o IPC-Fipe, apenas Vestuário fechou os últimos 30 dias com ligeira alta, elevando-se de 0,20% no fechamento de abril para 0,24%. Os demais grupos terminaram em queda, ainda que com taxas positivas. O grupo Habitação fechou o período com uma deflação de 0,46%, mantendo a trajetória verificada no mês passado, quando o grupo sofreu uma queda de 0,45%. O grupo Alimentação, apesar de ter apresentado ligeira alta de menos 079% para menos 0,73%, ainda mostra tendência de queda para as próximas pesquisas. O item Transporte registrou na primeira quadrissemana de maio uma alta de 1,50%, mas abaixo da variação de 1,80% apurada no fechamento de abril. Segundo Heron, esse pequeno recuo demonstra que o pico de alta dos combustíveis já se esgotou, e que a tendência é de altas menores nos próximos meses, a não ser que ocorram novos reajustes. O grupo Despesas Pessoais recuou 0,29 ponto porcentual, de uma taxa de 0,59% em abril para 0,30% na primeira quadrissemana de maio. Ainda de acordo com o coordenador da Fipe, essa queda reflete a devolução de parte dos aumentos dos gastos com fumos e bebidas (-0,23%), recreação e cultura, que subiu 0,88%, mas abaixo de 1,45% em abril; artigos de higiene e beleza, que saíram de 1,39% no mês passado para uma taxa de 0,58%; e serviços pessoais que encerraram o período com uma deflação de 0,79%. O grupo Saúde, refletindo a deflação de 0,91% dos serviços médicos e laboratoriais, o recuo de 0,19 ponto porcentual nos preços dos remédios e produtos farmacêuticos e a estabilidade dos aparelhos corretivos, caiu de uma alta de 0,16% em abril para 0,01% na primeira quadrissemana de maio. O grupo Educação saiu de uma ligeira alta de 0,06% no mês passado para uma variação negativa de 0,04% na primeira parcial da Fipe em maio. Quanto ao grupo Vestuário, Heron diz que a alta de 0,24% está aquém do esperado, uma vez que em períodos de troca de estação os preços desses produtos costumam subir significativamente. O problema, diz ele, é que além da fraca demanda provocada pela falta de dinheiro no bolso do consumidor, o clima ainda continua registrando temperatura elevadas, apesar de estarmos próximos da chegada do inverno.
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